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quinta-feira, 26 de julho de 2007

Nicolau Nasoni-A vinda para Portugal


Não é conhecida a data em que Nicolau Nasoni terá chegado a Portugal, mas o certo é que aqui havia ouro, chegado do Brasil e vontade de construir obra, ambiente propício ao interesse de grande artistas, pelo nosso País.

A cidade do Porto também não quer ficar atrás e é também ali pelo norte do País que se encontram muitos entalhadores e pedreiro, para trabalharem o género que esta agora na moda a decoração nas fachadas e talha nos interiores, o barroco.

O edifício data do sec.XII, em estilo românico de acordo com a sua época mas foi sofrendo transformações ao longo dos séculos até que chegado ao sec. XVIII como não poderia deixar de ser haveria de vir a receber as inevitáveis influência barrocas.

As ligações das famílias abastadas do Norte, a ligação destas à igreja e desta á Ordem de Malta, onde Nasoni se tinha fixado, para pintar um tecto no palácio de La Valeta,obra dirigida ao frei D. António Manuel de Vilhena , Grão Mestre da Ordem de Malta .

Assim a este arquitecto italiano foi dirigido o convite para vir para Portugal.

Modificou-se o acesso aos claustros do século XIV e à Capela de São Vicente. Uma graciosa escadaria também de Nasoni que conduz aos pisos superiores, onde os painéis de azulejos exibem a vida da Virgem e as Metamorfoses de Ovídio.

Esta obra iniciada em Novembro de 1725, demoraria alguns anos,pois só terminaram em 1731, por aqui se casou com uma fidalga napolitana, enviuvou e voltou a casar desta feita com uma analfabeta de Santo Tirso, por forma a que não esteve viúvo mais do que 3 meses,ao que parece devido aos bons ofícios do deão da Sé do Porto.

Trabalho porém, não mais lhe há-de faltar, seguiu-se a casa e o jardim da quinta da Prelada para um fidalgo portuense ligado a uma irmandade, a Irmandade de Clérigos Pobres de N.ª Sr.ª da Misericórdia, S. Pedro e S. Filipe Nery., que tinham como necessário a construção de uma sede onde pudessem realizar a sua actividade e praticar o culto, daqui nasce a ideia da construção da Igreja dos Clérigos, que se irá iniciar em 1731 e que lhe dará trabalho por mais de 30 anos.

Extraordinário artista multifacetado, pois além de arquitecto, foi pintor,escultor, fez trabalhos em ourivesaria e que inexplicavelmente viria a morrer pobre em 1773, encontrando-se sepultado no Igreja dos Clérigos não se conhecendo, porém, o local exacto onde se encontra o seu túmulo.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Vivaldi estreia as "4 estações"-1725


António Vivaldi nascido em Veneza, violinista e compositor de música barroca, padre, ficou conhecido pelo sobrenome de "padre vermelho", pelo seu cabelo ruivo, foi dispensado da celebração devido à sua saúde fragilizada, dedicando-se por esse motivo ao ensino de violino.

mais de quinhentos concertos (210 dos quais para violino ou violoncelo solo ), dos quais se destaca o seu mais conhecido e divulgado trabalho "As quatro estações" estreada em 1725

Menos conhecido é o facto de a maior parte do seu repertório ter sido descoberto apenas na primeira metade do século XX em Turim e Génova , mas publicado na segunda metade. A música de Vivaldi é particularmente inovadora, quebrando com a tradição deu brilho à estrutura formal e rítmica do concerto, repetidamente procurando contrastes harmónicos, e inventou melodias e trechos originais.


Johann Sebastian Bach foi deveras influenciado por Vivaldi contudo, nem todos os músicos demonstraram o mesmo entusiasmo, Igor Stravinsky afirmou em tom provocativo que Vivaldi não teria escrito centenas de concertos mas um único, repetido centenas de vezes.

Apesar do seu estatuto de sacerdote, é suposto ter tido vários casos amorosos, um dos quais com a cantora Anna Giraud , com quem Vivaldi era suspeito de manter uma menos clara actividade comercial nas velhas óperas venezianas, adaptando-as apenas ligeiramente às capacidades vocais da sua amante.

Vivaldi, tal como muitos outros compositores da época, terminou sua vida em pobreza.

Igualmente desafortunada, sua música viria a cair na obscuridade até aos anos de 1900.

Apesar de todos os detractores, de todas as críticas negativas que Vivaldi recebeu, o seu talento é inegável, foi o compositor que inventou, ou pelo menos, estabeleceu a estrutura definitiva do concerto e da sinfonia. A sua facilidade na escrita era impressionante, escrevia tão rápido quanto a pena o permitia. Consta que demorava a escrever um novo concerto em menos tempo que um copista a copiá-lo.

A ressurreição do trabalho de Vivaldi no século 20 deve-se sobretudo aos esforços de Alfredo Casella.


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Fundação da fábrica Vidros em Coina


Foi a abundância de lenha da Mata da Machada e a invulgar pureza das areias que determinaram a instalação em Coina da Real Fábrica de Vidros Cristalinos.

Inicialmente pensada para ser construída no Forte da Junqueira, conforme determinação real de 11 de Abril de 1714, por contrato estabelecido com um tal João Palada, que não terá desempenhado com eficácia a sua parte do contrato, foi decidido provavelmente pelas razões logísticas acima referidas, retomar esse projecto em Coina, sob a direcção de João Butler a quem se deu a laboração por tempo de doze anos, ao mesmo tempo ordenando Sua Magestade a proibição de se introduzirem vidros estrangeiros, como fazenda de contrabando.

Esta manufactura vidreira, ficou instalada no espaço do antigo largo do mercado do gado.

Estudada pelo investigador Jorge Custódio em “A Real Fábrica de Vidros de Coina (1719-1747) e o Vidro em Portugal nos séculos XVII e XVIII”

O autor realizou escavações no período entre 1983 e 1990 à procura de “fragmentos” explicativos. E não foi difícil encontrar pedaços de vidro de tipo cristalino, espelhos e vidro verde, elementos caracterizadores da sua produção. Explicando o autor que houve uma preocupação em encontrar testemunhos de tudo o que “fosse vivo” e o resultado é o “cruzamento de perspectivas históricas, tecnológicas e arquitectónicas”.

Durante os trabalhos de escavação arqueológica foram encontrados “vários fornos e um conjunto de vestígios materiais” que permitiram reconstituir a produção do vidro nesta localidade .A riqueza dos vestígios de 28 anos de laboração, permite ao investigador afirmar que o trabalho desenvolvido na Real Fábrica tem qualidade técnica igualável ao que era feito por “italianos, finlandeses, irlandeses, venezianos e alemães”.

A qualidade da produção pareceu contudo, decair logo que a fábrica foi contratado pela coroa,principiou a correr outro influxo porque os vidros se faziam de mais inferior qualidade, sendo os mestres e os fabricantes os mesmos, e pouco a pouco foi decaindo a laboração, de sorte, que conhecidamente parecia estímulo o que principiou agrado, e eram frequentes os clamores contra a fábrica e contra os vidros.

Contra a fábrica, porque não dava vidros bastantes para o uso das gentes, dependia de que viessem de fora os mestres e materiais, e destruía as lenhas nos seus consumos em prejuízo grave dos moradores de Lisboa. Contra os vidros, por serem de inferior qualidade, poucos, caros, e de ruim feitio; e também o ofício dos vidraceiros proclamava contra a Fabrica por lhe faltarem os vidros precisos para os menesteres da sua subsistência, e surtimentos das suas lógeas.

(Representação de John Beare (1744) ou [Exposição sobre as causas do descalabro da Real Fábrica de Coina]

Houve de tudo um pouco, no decorrer da relativamente curta história desta Fábrica de Vidro em Coina, desvio de fundos e consequentes desaguisados entre sócios, tráfico de influência das manufactureiras de vidro estrangeiras, etc, até ao encerramento em 1744.

Em 1748 a manufactura de vidro viria a ser transferida para a Marinha Grande .




domingo, 15 de julho de 2007

Acontecimento no ano de 1720

  • Emigração para o Brasil sob controle

Foi só a partir da descoberta do ouro em 1695 em Minas Gerais, que se começou a observar o fenómeno dum progressivo povoamento do interior do Brasil à custa do abandono dos engenhos situados no litoral e do surto de emigrantes que saíam de Portugal com destino ao Brasil.


A partir do século XVIII a emigração portuguesa no Brasil alcança números jamais alcançados, naturalmente que o grande número de pessoas que demandavam o Brasil, faziam-no pela miragem da descoberta do ouro, mas obviamente que o desenvolvimento económico do Brasil, também se deveu ao surto de evolução do tecido urbano com o aparecimento de pequenos comerciantes que faziam crescer as ofertas de emprego.

A emigração açoriana para a Região Sul do Brasil, foi exemplo da situação referida pois, esses colonos portugueses fixaram-se predominantemente ao longo do litoral, onde fundaram pequenas vilas e lugarejos, vivendo da produção de trigo e da pesca.

A maior parte da emigração contudo, foi de pessoas originárias do Minho.

Inicialmente a Coroa Portuguesa incentivou a ida de minhotos pobres para o Brasil, que se fixaram principalmente na região de Minas Gerais e na Região Centro-Oeste do Brasil.

Porém, a emigração tomou proporções altíssimas, e a Coroa passou a controlar a ida de portugueses para o Brasil, proibindo a saída sem passaporte, com o intuito de estancar o despovoamento do reino.Cujos números andariam nessa altura pelas 8 a 10 mil saídas anuais.

A língua portuguesa tornou-se então dominante no Brasil em substituição ao tupi-guarani.
  • Setembro,08-Nasceu o infante D.José filho ilegítima de D.João V e de Madre Paula freira em Odivelas.
D. José nasceu. em Lisboa e faleceu na mesma cidade, a 31 de Julho de 1801. Está sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora), filho da Madre Paula, freira em Odivelas. Foi doutor em Teologia pela Universidade de Coimbra e inquisidor-mor em 1758. Esteve desterrado no Buçaco, com seu irmão D. António, de 1760 a 1777, por ordem do Marquês de Pombal.

Para ler mais sobre os amores cladestinos de D.João V clicar em

D.João V-Um rei absolutamente ... freirático
  • Dezembro,8-É fundada a Academia Real de História
Fundada por decreto a Academia destinada a recriar a História de Portugal, eclesiástica e civíl. D.Manuel Caetano de Sousa foi o primeiro presidente.

A Academia teve a sua primeira sessão, numa sala do paço dos duques de Bragança, que o rei mandara mobilar luxuosamente para esse efeito. A Academia devia ter um director e quatro censores. Foi o 1.º director D. Manuel Caetano de Sousa, e os 4 primeiros censores os marqueses de Alegrete, de Fronteira e de Abrantes, e o conde da Ericeira, sendo o 1.º secretário o conde de Vilar Maior. Nessa sessão de 8 de Dezembro de 1720 estiveram presentes 31 académicos, que eram os que até essa data se achavam eleitos


domingo, 8 de julho de 2007

Fundação da fábrica de papel da Lousã


Não tendo identificado se a chegada a Portugal dum genovês de nome José Maria Ottone, conhecedor da técnica do fabrico de papel, aqui chegou por sua iniciativa ou por convite da casa real, o certo é que em 1708 D. Pedro II já lhe havia concedido alvará para a fundação da Real Fábrica de Nossa Senhora da Lapa em S. Paio de Oleiros, hoje conhecida como Engenho Velho, em sociedade com Vicente Pedrossen, capitalista da cidade do Porto.

Aproveitando a boa qualidade das águas no sitio do Penedo e a proximidade da academia de Coimbra, tradicional consumidora de papel, em 1706, deixa a fábrica da Lapa e inicia a construção duma nova unidade, fundando em 1717 o Engenho do Papel da Lousã com a participação do Estado. João Neto Arnaut dirigiu a construção e instalação daquela unidade fabril
.

Desde então, nunca mais a fábrica cessou a sua actividade, não obstante ter mudado várias vezes de proprietários.
  • 10 de Junho de 1875 – Constituição da Companhia do Papel do Prado, em consequência da fusão da Fábrica do Prado em Tomar (cujo Alvará de concessão foi outorgado pelo Marquês de Pombal em 2 de Julho de 1772) sob a égide de D. José I, com a Fábrica a Lousã.
  • Após 25 de Abril de 1974 – Ao longo da sua secular existência a empresa foi passando por diversos proprietários, sendo nacionalizada no período após o 25 de Abril de 1974, com a queda do governo Salazarista.
  • 1999 – Data da reprivatização da empresa - venda pela Portucel a um grupo de investidores privados.
  • Julho 2003 – Ocorre a cisão da Companhia do Papel do Prado, S.A., sendo constituída uma nova empresa a " Prado - Cartolinas da Lousã, S.A. " que integra a Fábrica da Lousã.
    • (informação recolhida em www.papeldoprado.com)

A Gazeta de Lisboa-1715

A 10 de Agosto de 1715, inicia-se a publicação da chamada Gazeta de Lisboa: História Annual Chronologica e Política do Mundo e Especialmente da Europa, seria uma publicação semanal e manter-se-ia com esse nome até 1741.

A Gazeta da Restauração publicada em 1640, foi o primeiro periódico português.

O Açoriano oriental(1835) e a Revista militar (1848) são os títulos mais antigos ainda em publicação. (Segundo informação da Biblioteca Nacional).

A Casa da Moeda traça o historial da evolução do nome do boletim oficial desde 1715 até aos nosso dias da seguinte maneira :

  • Entre 1718 e 1741 toma o nome de Gazeta de Lisboa Ocidental , para em 1741 voltar a chamar-se apenas Gazeta de Lisboa .
  • Entre 1762 e 1778 a sua publicação é proibida pelo futuro Marquês de Pombal, só voltando a publicar-se em Agosto de 1778.
  • Entre 1778 e 1803 e entre 1814 e 1820 foi publicada pela Impressão Régia e a partir de 1820, o jornal oficial não mais deixou de ser publicado pela Imprensa Nacional.
  • Entre 16 de Setembro e 31 de Dezembro de 1820 publica-se simultaneamente a Gazeta de Lisboa e o Diário do Governo , fundindo-se num só jornal em 1 de Janeiro de 1821 com o nome de Diário do Governo , até 10 de Fevereiro desse ano.
  • Desde então, reflectindo o período conturbado que se vivia, passa por diversas designações: Diário da Regência (de 12 de Fevereiro a 4 de Julho de 1821),
  • Diário do Governo (de 5 de Julho de 1821 a 4 de Junho de 1823),
  • Gazeta de Lisboa (de 5 de Junho de 1823 a 24 de Julho de 1833),
  • Crónica Constitucional de Lisboa e depois apenas
  • Crónica de Lisboa (de 25 de Julho de 1833 a 30 de Junho de 1834),
  • Gazeta Oficial do Governo (de 1 de Julho a 4 de Outubro de 1834),
  • Gazeta do Governo (de 6 de Outubro a 31 de Dezembro de 1834) e
  • Diário do Governo (de 1 de Janeiro de 1835 a 31 de Dezembro de 1859).
  • Entre 1 de Janeiro de 1860 e 31 de Dezembro de 1868 chama-se Diário de Lisboa
  • e finalmente a partir de 1 de Janeiro de 1869 volta a chamar-se Diário do Governo , designação que mantém até 9 de Abril de 1976, quando recebe o nome actual de Diário da República .