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quarta-feira, 26 de março de 2008

Acontecimentos no ano de 1737

Este ano foi o das reconciliações, primeiramente com a Espanha em 16 de Março, por mediação da Inglaterra e da Holanda.

O conflito que envolveu um conflito menor com o embaixador português em Madrid foi descrito no meu post abaixo referido

Um incidente menor que poderia ter desencadeado uma guerra

este tratado seria o percursor do Tratado de Madrid, uma convenção assinada entre Portugal e Espanha, em 13 de janeiro de 1750, para assentar as fronteiras das possessões na América do Sul.

Também por esta altura foram reatadas as relações diplomáticas com a França, D.Luís da Cunha é nomeado embaixador em França e o marquês de Argenson embaixador em Portugal.

Foi mais demorado o reatamento das relações com a França, provavelmente por não ter havido o empenho inglês, como no caso espanhol

Pode rever-se o conflito clicando aqui.
  • António José da Silva o Judeu-apresentação das Guerras do Alecrim e Manjerona no mesmo ano de nova prisão
Em 1737, denunciado por uma escrava, foi levado novamente às barras da Inquisição em companhia da mulher e da filha. E, ao fim de dois anos, acabou sentenciado a morrer degolado e queimado em auto-de-fé, em cadafalso armado no Terreiro do Trigo.

Até ser preso pela Inquisição, António José viu encenadas várias peças em Lisboa, a mais famosa a ópera Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737), inspirada nos conflitos entre os ranchos de Coimbra, a única obra teatral ambientada em Portugal e impressa pouco antes de ser levada à cena.


terça-feira, 18 de março de 2008

Acontecimentos no ano de 1736


  • Alvará criando 3 secretarias de Estado
No início do século XVIII, a administração do Reino, embora tutelada directamente pelo monarca, era coordenada, essencialmente, por três secretarias que tinham a função de organizar e de submeter a despacho régio as "consultas" dos diversos órgãos da administração central - tribunais, conselhos ou mesas - com responsabilidades na condução dos negócios do Reino.

Desde logo, D João V encontrou na estrutura administrativa concebida pelos seus antecessores um obstáculo ao projecto de centralização dos mecanismos de decisão e execução das ordens régias. Com efeito, a orgânica administrativa obedecia a um complicado mecanismo burocrático que, ao invés de tornar mais célere e eficiente o papel da administração central, concorria não só para a sua ineficácia como para a subsistência das instituições típicas da época feudal.

O monarca, pela sua carta de 28 de Julho de 1736, reorganizou as três Secretarias, designando-as todas de "Estado": Secretaria de Estado dos Negócios Interiores do Reino, Secretaria de Estado da Marinha e Domínios Ultramarinos e Secretaria de Estado dos Estrangeiros e Guerras. Esta reestruturação correspondeu a um maior grau de especialização das pastas governamentais, bem como à definição mais precisa das atribuições de cada uma das Secretarias.

A função desempenhada pelos Secretários de Estado revestiu-se, ao tempo de D. João V, de maior prestígio e protagonismo políticos. Equiparados aos mais altos dignitários do reino, aqueles Secretários passaram a ter voto no Conselho de Estado e a ocupar um lugar cada vez mais proeminente junto do soberano, influenciando, desde então, a tomada de decisão em relação aos negócios que tutelavam através das respectivas secretarias.

Os Secretários de Estado acabaram mesmo por afastar os conselheiros de Estado do despacho ordinário dos negócios, tendo a actividade do Conselho diminuído francamente durante o reinado de D. João V. Por seu turno, as Secretarias de Estado foram absorvendo as competências que dantes eram apanágio dos diversos Conselhos, concorrendo, assim, para a sua gradual desvalorização política.

Fonte :Ministério da Administração Interna.

  • Fevereiro,28-Decreto que obriga que o transporte de ouro, diamantes e outras pedras preciosas do Brasil, tenham que ser obrigatoriamente transportadas nos cofres das frotas
  • Julho,15-Morte em Lisboa de D. Francisca Josefa (nasceu em Lisboa, a 30 de Janeiro de 1699) 8º filho de D.Pedro II, está sepultada no Mosteiro de S. Vicente de Fora). Morreu solteira.
  • Agosto,03-Morte na quinta de Belas de D. Manuel José Francisco António Caetano Estêvão Bartolomeu (nasceu. em Lisboa, a 3 de Agosto de 1697),7º filho de D.Pedro II. Faleceu no mesmo dia do seu nascimento e está sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora.. Morreu solteiro e sem descendência.
  • Outubro,07- Nascimento de D. Maria Ana Francisca Josefa, faleceu no Rio de Janeiro, a 16 de Maio de 1813, 2º filho de D.João V, está sepultada no Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento, em Lisboa.


segunda-feira, 3 de março de 2008

Estreia da primeira ópera portuguesa(1733)

La pacienza di Socrate, foi a primeira ópera, escrita por um autor português Francisco António de Almeida, estreou nos Paços da Ribeira, no Carnaval de 1733.

Este compositor foi um foi um dos que pertenceram ao pequeno grupo de compositores portugueses enviados para Roma a expensas da corte de D. João V, com a finalidade de se aperfeiçoarem na arte da música.


Francisco de Almeida representa sem dúvida "o estrangeirado": a sua música é puramente italiana.
Francisco António de Almeida viveu na primeira metade do séc. XVIII.

Embora não se saibam ao certo as datas correctas do seu nascimento e da sua morte, tudo leva a crer que tenha nascido por volta de 1700 ou 1702 e que a sua morte tenha ocorrido por volta de 1755.


Foi, com António Teixeira, Joaquim Vale Mexelim e João Rodrigues Esteves, um dos primeiros pensionistas enviados a Roma por D. João V para estudar música italiana. Aí permaneceu durante 6 anos entre 1720 e 1726.

Dois anos depois, no Carnaval de 1735, Almeida apresentou, também nos Paços da Ribeira, a ópera “La Finta Pazza”, a que se seguiu no Carnaval de 1739 a ópera cómica “La Spinalba overo Il Vecchio Matto”. “La Spinalba”, cujo estilo elegante e extremamente expressivo nos faz recordar “La Serva Padrona” de Pergolegi, foi a única ópera de Francisco António de Almeida que chegou até nós completa.

Inúmeras obras suas de carácter religioso perderam-se provavelmente com o terramoto de 1755.

Ainda no domínio da música religiosa Francisco António de Almeida compôs duas oratórias “Il Pendimento de David” e “La Giuditta”, esta última inspirada no livro apócrifo do Velho Testamento e a única que chegou até nós.


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  • Conclusão da torre da Universidade de Coimbra

Edificada entre 1728 e 1733, em substituição de uma outra erigida em 1561, a Torre da Universidade foi desenhada pelo arquitecto romano António Canevari, a trabalhar em Portugal ao serviço de D. João V, constituindo a primeira das torres universitárias europeias.

Elegante e raro exemplar de torre barroca de carácter civil, de sobriedade clássica,
aloja, além dos relógios, os sinos que regulam o funcionamento ritual da Universidade.
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  • Revestimento total da abóbada da Igreja de São Francisco no Porto em talha dourada


O estabelecimento dos Franciscanos no Porto data de 1223, ano de um documento doando terrenos para a construção do convento. Por querelas com o bispo, as obras só terão arrancado definitivamente em 1244, prolongando-se pelo século XIII.

Desse primitivo conjunto nada chegou até hoje, já que no século XV o convento foi integralmente reformulado, concluindo-se entre 1410 e 1425.

Originalmente a cobertura era em abóbada de cruzaria de ogivas, mas foi nesta altura totalmente revestida por uma solução em talha dourada.
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