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quinta-feira, 10 de maio de 2007

A batalha do cabo de Matapão


No final do ano de 1716 o Papa volta a pedir a D.João VI para que no ano seguinte não deixasse de tornar a mandar a sua armada em auxílio de Veneza.

A anuência de D.João VI ao pedido, determinou que fossem iniciados imediatamente os preparativos necessários, de tal modo que em 28 de Abril de 1717 o conde de Rio Grande do Sul fez-se ao mar comandado uma esquadra composta pelos seguintes navios: 7 naus, 2 navios brulotes, 2 navios auxiliares, totalizando 526 canhões e 3840 homens de guarnição. O que significaria uma força naval já de alguma importância.

Desta vez o conde de Rio Grande dirigiu-se directamente para a Sicília, fundeando em Palermo a 24 de Maio. Dali seguiu para Messina, onde chegou a 30.

A 10 de Junho lançava ferro em Corfu, onde já se encontravam as esquadras de remo de Veneza, do Papa, do grão-duque de Florença e da Ordem de Malta, sob o comando de André Pisani, a quem o Sumo Pontífice havia nomeado generalíssimo da armada cristã.

A armada cristã era constituída por trinta e cinco naus, quatro brulotes, três corvetas, tartanas ou setias, vinte e três galés e quatro galeaças que eram de Veneza.

Das trinta e cinco naus, vinte e seis eram venezianas, sete portuguesas e duas da Ordem de Malta; das vinte e três galés seriam doze de Veneza, cinco de Malta, quatro do Papa e duas do grão-duque de Toscana.

Logo que começou a clarear pôde ser vista distintamente a armada turca que fechava por completo a enseada de Hapan, onde se encontrava a armada cristã.

Era aquela constituída por vinte e duas grandes naus turcas, algumas delas com cerca de cem peças, e por vinte e uma outras mais pequenas de Alexandria, Tunes e Argel, além de nove galés, alguns brulotes e outros navios mais pequenos.

A batalha, apesar de ter sido travada no interior da enseada de Hapan, que fica a cerca de vinte e cinco milhas a NE do cabo Matapão, passou à História com o nome deste.

A batalha do cabo Matapão de 1717 terá sido também uma das últimas grandes batalhas navais da História em que tomaram parte galés em grande número, as quais, de resto, para nada mais serviram do que para dar reboque às naus por ocasiões de calma.

A armada turca acabou por retirar, depois de muito fogo disparado, mas que as condições de fraco vento determinaram que a mesma se desenrolasse de uma forma muito estática, com pouca movimentação de navios.

Como o comando de Pisani, não mostrou interesse em perseguir o inimigo o conde de Rio Grande,decidiu recolher ao porto de Corfu,tendo aquele insistido com o conde, para que se deixasse ficar ali durante mais algum tempo para prevenir a hipótese de os turcos virem procurar novo encontro com a armada cristã. Mas o conde recusou, alegando que tinha diante de si uma longa viagem para regressar a Portugal e que antes disso tinha necessidade de reparar os seus navios.

Após feitas as reparações em Messina,iniciou a viagem de regresso a Lisboa, onde chegou a 6 de Novembro de 1717.

Sob o ponto de vista estratégico, a batalha do cabo Matapão não teve qualquer repercussão sobre o desenrolar da guerra, continuando os Turcos, como anteriormente, senhores absolutos do mar Egeu.

(ver detalhes sobre a batalha em
http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/DescobrirMarinha/Historia/combates_navais/Cabo+Matapao.htm

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