Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1715


  • Janeiro-Breve papal a D.João V solicitando ajuda na guerra contra os turcos, navios saídos a 5-07 não chegam a tempo de incorporarem a armada.
Em 1715 os Turcos ocuparam a Moreia e apoderaram-se das últimas ilhas que os Venezianos ainda possuíam no mar Egeu. Pediram estes auxílio ao Papa que, por sua vez, o pediu aos principais reis católicos.
O de França recusou, para não ajudar a enfraquecer ainda mais uma potência que contrabalançava a Leste o peso da Áustria;
o de Espanha, que continuava a disputar aos Austríacos a posse do Sul da Itália e da Sicília, limitou-se a prometer que enquanto durasse a guerra contra os Turcos suspenderia as operações militares;
só o rei D. João V de Portugal, desejoso de cair nas boas graças do Papa, respondeu positivamente ao seu apelo .

(retirado do blog "Marinha" clicar aqui)


  • Agosto,18-Faz a entrada em Paris a embaixada do conde da Ribeira Grande.

Luís Manuel da Câmara, 3º conde da Ribeira Grande, viveu sete anos em França em vida de grande ostentação, privando com a alta nobreza.

Fez sua entrada em Paris, de forma magnificente, em cinco magníficos coches, distribuindo as 10 mil moedas de prata que mandara cunhar (em comemoração ao acontecimento) além de 200 de ouro.


Diz a obra a " Nobreza em Portugal",que «excedeu em riqueza, luxo e número todas as outras embaixadas».


Levava séquito de um confessor, um estribeiro, dois secretários e oito gentilhomens, além de seis pagens, quatro moços de câmara, dois guardas suiços, cinco cocheiros e cinco postilhões além de 24 homens a pé.


Fez vestidos bordados com riqueza excessiva, tendo o vestido com que entrou em Paris os botões e o hábito de Cristo de diamantes, e um no chapéu de notável grandeza.
Até os vestidos dos pagens eram de veludo cor de ouro com vestes e canhões de ouro de tal sorte cobertos de bordadura de prata que apenas se lhe via o fundo.

Ao ombro tinham laços de fita de ouro bordada de prata com rendas de prata ao redor e franja do mesmo nas pontas. Os chapéus galardoados de prata com plumas brancas e topes de fitas brancas.

As gravatas e punhos de rendas mui finas e meias negras com os quadrados bordados de prata. Todo o resto da comitiva, libré de pano fino verde, debruada por todas as orlas de um galão de prata, mangas cortadas de um galão de veludo negro entre um de ouro e outro de prata, canhões e vestes mui rico de ouro, punhos d renda, chapéus com largo galão de prata e meias de seda cor de ouro, plumas cor de ouro e topes de fitas brancas e cor de ouro.»
Havia cinco coches, todos a oito cavalos.

O 1° coche tinha por assunto a paz novamente feita entre Portugal e a França, sendo muito grande, cercado de 8 vidros e por fora de veludo verde escuro, todo coberto de bordado de ouro em relevo. O tejadilho formava um pavilhão airoso, que acabava no meio em um domo ou coroa, «sobre o qual se vai formando o bordado uma grande rosa levantada». Prossegue a descrição: «As 8 maçanetas de bronze dourado de ouro moído. Frisos de esculturas delicadíssimas. As 4 partes do mundo, Mercúrio, as Artes Liberais, Amaltéia sobre uma pantera. O forro de ouro, franjas, cortinas de tafetá dobre verde bordadas de ouro, assento dos pés de cobre marchetado de tartaruga; rodas de 6 raios por onde sobem uns como SS que vão entrar no raio e o sustentam. Os cavalos eram, da Frisia, grandes e negros.


O segundo coche de sete vidros, ouro, bronze dourado, painéis nas ilhargas com a figura da Lusitânia entre nuvens e um anjo, e com cavalos poloneses tigres, brancos com malhas.

A terceira caleça de cinco vidros, tissu de prata, cobre no tejadilho, puxada por cavalos dinamarqueses, lazões tostados.

O quarto, uma estufa de sete vidros, forrada de veludo carmesim, franja de ouro, cavalos alemães ruços.


O 5° uma estufa forrada de veludo carmesim lavrado com fundo de prata, cavalos holandeses negros.

Fizeram-se gravar 10 mil moedas de prata com peso de 3 tostões e 200 em ouro (6:000 rs o peso de cada) que o estribeiro ia pelo caminho distribuindo ao povo.

Retirado de Luís Manuel da Câmara

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1714


  • Junho,o6-Nascimento de D.José, 3º filho de D.João V com D.Maria Ana, que viria mais tarde a ser rei devido ao falecimento do seu irmão mais velho D. Pedro.
  • Outubro,24-Morte do príncipe D.Pedro 2º filho de D.João V e de D.Maria Ana.
O príncipe D.Pedro quando morreu tinha apenas 2 anos e 10 dias e segundo um relato da época, terá falecido divido a uma "terçã dobre", morrendo após a habitual discussão em torno da questão de sangrar ou não o paciente.

Foi descrito durante o embalsamento, que no "interior não se achou coisa que merecesse observação, para além do facto do fígado ser maior do que deveria ser".

Como habitualmente a minha fonte (D.João V-Maria Beatriz da Silva) refere que os intestinos da criança foram sepultados no convento de São Francisco.

O príncipe foi sepultado em São Vicente de Fora no dia 30 do mesmo mês.



domingo, 11 de novembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1713



  • Março,16-Legislação que reitera a proibição do curso de moeda cerceada.
Cercear , entre outras coisas, significa cortar em roda; diminuir; aparar .Quando executado por peritos, não provocava danos evidenciáveis no aspecto das moedas, ou seja é a operação técnica efectuada por peritos por forma a retirar quantidades mínimas dos bordos da moeda, afim de estar conforme a lei, isto é, em termos de peso e título.

Porém efectuado abusivamente, o cerceio revelou-se numa operação metalúrgica feita, sem especialização, defraudadora do peso, formato e aspecto formal dos próprios exemplares.

Foi essa moeda que se mandava confiscar, as que se encontrassem com falta de peso.
  • Abril,11-Assinatura no Congresso de Utreque, do tratado de paz e amizade entre França, Inglaterra, Holanda, Portugal, Prússia e Sabóia, pondo fim à Guerra da Sucessão Espanhola.
Filipe V Bourbon é reconhecido com rei de Espanha, mas é sancionada a separação entre as coroas Espanholas e Francesas.Além disso
  1. Espanha deve ceder à Áustria os Países Baixos espanhóis
  2. Espanha deve ceder à Inglaterra Gibraltar e ilha Menorca
  3. França deverá reconhecer a sucessão protestante inglesa
  4. França deve ceder à Inglaterra os territórios norte-americanos da Terranova, da Acádia e da Baía de Houston.
  5. Holanda obtém mais território anteriormente ocupados pela Áustria e França.
  6. Sabóia-Vitor Emanuel II obtém a coroa real e a Sicília.
  7. Inglaterra obtém da Espanha o asiento de negros, ou seja concedeu aos ingleses autorização para introduzirem anualmente na América espanhola um determinado número de negros africanos e para que, uma vez por ano, um navio seu pudesse visitar o porto de Portobello, através do qual tinham oportunidade de fazer entrar ilegalmente grande número de produtos manufacturados nesses países.
  8. A Portugal eram restituídas as praças perdidas e a colónia de Sacramento, na América
  • Junho,24-Regimento dos Ministros e Oficiais de Justiça e da Fazenda.Alvará que introduz algumas alterações no funcionamento do Desembargo do Paço.
No início do reinado a estrutura administrativa era constituída por duas Secretarias e do Estado e a das Mercês e vários tribunais, o Desembargo do Paço,Conselho Ultramarino, Mesa da Consciência e Ordens, entre outros, como se chamavam na altura.
Este regimento procurou simplificar a burocracia, no que à assinatura do rei dizia respeito, dando-se maior autonomia a esse tribunais desde que por exemplo 3 ministros assinassem em conjunto.



quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1712


  • Janeiro,16-Parte para Roma o embaixador extraordinário D.Rodrigo de Sá Almeida e Menezes (Marquês de Fontes), mais tarde Marquês de Abrantes.
Em Roma já existia um embaixador mas D.João V decide reforçar a componente diplomática com envio de um outro embaixador para tentar resolver a questão do Padroado do Oriente e outros assuntos de menor envergadura, mas igualmente importantes.
Havia um problema de exclusividade de missões em especial na China, que Portugal pretendia manter e que Roma tentava alterar enviando ao Oriente, missionários de outros países europeus.
Os problemas coma cúria romana, acerca desta questão do padroado, era ainda mais complicada, mas as instruções de D.João V ao marquês de Fontes eram muito precisas. Podia ameaçar o Papa com duas medidas, recusa do núncio apostólico em Portugal e a criação dum tribunal para apreciação de todas as decisões papais antes da sua execução.
A ameaça do regresso ao um sistema político que sustenta o direito que tinham os Reis de interferir na vida interna da Igreja, constituía na altura uma ameaça séria aos poderes papais.
Havia três exigências importantes que Portugal requeria e que se prendia com a actuação do cardeal de Antioquia, Maillard de Tournon e as suas decisões sobre as interdições do culto rendido a Confúcio, que Clemente XI apoiava e que se mantinha preso em Macau, por pressão do Imperador da China.
Note-se que a apresentação ao papa só se viria efectuar 3 anos depois da sua chegada a Roma, provavelmente por força da magnificência do corteja com que se apresentou e cuja descrição se fará quando se abordar o ano de 1716.

  • Setembro,16-Chega a Goa o novo vice-rei Vasco César de Menezes, conde de Sabugosa.
0 seu governo foi um dos mais gloriosos que houve na Índia nos tristes tempos da decadência. Perdera-se já todo o prestígio e autoridade, e Vasco Fernandes César soube fazer respeitar de novo o nosso nome e as nossas armas 0 rajá Kanará tratara-nos com menos consideração; Vasco Fernandes César juntou rapidamente uma esquadra de 11 embarcações, cujo comando entregou a José Pereira de Brito, e este forçou as barras de Barcelor, Calianapor, Catapal, Moloquim, Mangalor e outras, queimou e destruiu navios e povoações, obrigando o rajá a pedir paz, e fazendo com que o rajá de Sunda, que seguira o exemplo do de Kanará, logo também se submetesse. O Angriá, um pirata indiano, assaltava-nos as embarcações, logo o vice-rei mandou uma esquadra de 15 navios comandada por António Cardim Fróis, atacar o porto de Culabo, onde o pirata se fortificara, e onde os portugueses lhe infligiram uma lição severa. As esquadras árabes de Mascate que estavam no porto de Surate e de Rugafroi que se achava na barra do Danda foram igualmente destroçadas pelos nossos navios. Assim o nome português voltou a ser, se não temido, pelo menos respeitado na Índia, e o Grão‑Mongol com quem mantínhamos boas relações, cedeu-nos, em prova de amizade, o pequeno território de Pondá, que confinava com as possessões portuguesas. No governo eclesiástico da Índia houve bastantes discórdias no tempo de Vasco Fernandes César, que nem sempre procedeu com a maior justiça na sua resolução
(retirado de Portal da História )

  • Outubro,19-Nasce D.Pedro o príncipe do Brasil 2º filho de D.João V.
Segundo filho de D.João V e de D.Maria Ana da Áustria, primeiro filho varão seria o herdeiro do trono, se não tivesse falecido com apenas 2 anos de idade.
Um ano depois da sua morte foi cantada em Roma, no palácio do marquês de Fontes, pelos cantores da Capela Pontifícia, não esta peça, mas outra do mesmo autor Nicola Porpora. Fica a nota para se perceber a beleza da música da época barroca.