Esta primeira metade do século XVIII, foi dum modo geral marcado, no plano internacional, por permanentes conflitos entre as coroas inglesa e espanhola. Tudo girava à volta do comércio marítimo e da consequente rivalidade de interesses, que dava origem em sem número de conflitos.
Era muito difícil para Portugal guarda uma posição de neutralidade, sempre que esses conflitos surgia, por uma lado a Espanha apelava à solidariedade ibérica e à proximidade familiar das casa reais, por outro a Inglaterra sempre invocava a velha questão da aliança e das vezes que havia socorrido contra algumas arbitrariedades espanholas.
Por coincidência outra questão muito mais importante abalou na altura a Europa, passando para segundo plano o irritante e permanente conflito hispano-britânico.Falo da guerra de sucessão do trono austríaco , que logo neste ano de 1740 eclodiu originado pela morte do Imperador Carlos VI.
O estado alemão era realmente uma federação de estados, que elegiam entre si um deles como Imperador cuja corte se situava em Viena de Áustria. Raro era porém a vez que a morte dum imperador não provocasse alguma agitação mais ou menos violente entre os seus Estados, envolvendo muitas vezes outros países, exteriores ao Império, mas cujos soberanos, normalmente parentais se achavam com direito a reclamar esse ceptro.
Pela Pragmática sansão, Carlos VI assegurou a sua sucessão a sua filha Maria Teresa, casada como Francisco de Lorena, duque de Toscana. Gerou-se em torno desta questão imensa polémica e conflito de interesses de difícil sintese, mas que envolviam igualmente primas de Maria Teresa filhas de D.José I a quem Carlos VI havia sucedido.
Atalhando razões o certo é que com o apoio de Frederico II da Prússia e dos franceses, o eleitor da Baviera, Carlos Alberto é nomeado Imperador com o nome de Carlos VII. Esta vitória traduzia-se igualmente numa derrota da Inglaterra o do governo do ministro Walpole, apoiante de Maria Teresa.
Esta guerra que ficou conhecida pela guerra da Sucessão na Áustria, irá estender-se até ao ano de 1748 e se bem que tenha envolvido grande parte das nações europeias nesse conflito, além de afastar, como disse a premência incomodativa para Portugal, dos referidos conflitozinhos permanentes entre a Inglaterra e Espanha, veio pela conjugação de vários factores, que se tentarão explicar em futuros post, dar a Portugal a oportunidade para, além de se manter neutral, poder assumir o importante papel de medianeiro da paz, que poderia elevar o conceito de Portugal no resto da Europa.
Virá a ser assim ?
Recomenda-se a leitura dos livros indicadas como fontes. As entradas neste blog, são pequenos apontamentos de estudo. dos factos ocorridos no País neste reinado de 1707 a 1750
quinta-feira, 24 de abril de 2008
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Acontecimentos no ano de 1740
- A acção do marquês do Louriçal na Índia
Pela segunda vez D.Luís de Menezes embarca em Lisboa com destino à Índia para cumprir o mandato de Vice-rei.
Embarca no dia 7 de Maio de 1740, já com o título de Marquês do Louriçal, chefiando um esquadra de 7 naus de guerra, que transportavam 2000 soldados e dezasseis peças de artilharia de um novo sistema que disparavam 20 tiros por minuto, invenção segundo se supõe, dum oficial dinamarquês Jacob Weinholtz, residente em Portugal.
*** Comentário enviado por Luís Bívar ****
Jacob Weinholtz, inventor, "segundo se supõe",das peças de artilharia que davam 20 tiros por minuto, era o Coronel de Artilharia, com o exercício de engenheiro, Friedrich Jakob von Weinholtz (1700-1752 ), nascido em Rendsbourg, no Sleswig-Holstein, então integrado na Dinamarca,pertencente a uma das principais famílias nobres daquele ducado, que há gerações se vinha distinguindo na engenharia militar.Friedrich von Weinholtz servira nos exércitos de Frederico IV da Dinamarca e do Imperador Carlos VI, nas campanhas contra Carlos XII da Suécia, tendo participado em 15 campanhas, 4 batalhas campais e 1 naval, 4 desembarques, 7 sítios, 2 bloqueios e em diversos choques. Em 1736, servia no exército do Feld Marechal Friedrich Heron, Conde de Seckendorf, ao qual assistiu na batalha do Mosela.Foi, nessa altura convidado por D. João V, através do Embaixador D. Luis da Cunha, para servir em Portugal. Pouco depois seria o primeiro comandante do recém-criado Regimento de Artilharia da Corte, aquartelado no forte de São Julião da Barra.
Sua mulher, Marie Elisabeth, era Wedderkop, família cuja figura mais conhecida foi Magnus von Wedderkop, Senhor de Steinhorst, Conselheiro de estado e Primeiro Ministro dos Duques Frederico e Carlos Frederico de Holstein.
É vasta a bibliografia histórica e tecnica sobre as invenções de Weinholtz, conhecidas interna e internacionalmente por "Artilharia Weinholtz". Cito, no entanto, uma fonte que refere os sucessos operados na India com a utilização das peças "Weinholtz":in "Alemães na India nos séculos XV a XVIII" de J.B.Amancio Gracias, pags. 85 a 87 (BNL-cota H.G.28666 V)
**** fim de comentário *****
A viagem foi tormentosa só chegaram a Mormugão um ano depois, mas não perderam tempo pois em 13 de Junho desse ano tomam de assalto a fortaleza de Coquem e forçam a rendição de Colsala, dando início a uma rápida e convincente recuperação territorial, retomando Bardez e Salsete, conseguindo depois disso, forçar Bounsoló à rendição e a pedir a paz e obrigando-o a devolver Sanguem e Pondá.
Não durou muito a acção do marquês do Louriçal, pois viria a falecer em Goa a 12 de Junho de 1742, apenas 13 meses de exercício de poder.
Viria a ser substituído 2 anos mais tarde por D.Pedro Miguel de Almeida nessa altura marquês de Castelo Novo e futuro marquês de Alorna.
- Início da construção da Igreja do Senhor Jesus da Pedra em Óbidos
O risco da obra é de autoria do Arq. Capitão Rodrigo Franco (da Mitra Patriarcal) e tem a particularidade de articular um volume cilíndrico (exterior) com um polígono hexagonal (interior), em planta centrada à qual se anexam três corpos (dois correspondentes às torres e outro que corresponde à sacristia).
No seu programa de simetrias destaca-se o jogo de janelas invertidas. O seu interior apresenta três capelas: a capela-mor dedicada ao Calvário, com uma tela de André Gonçalves, e as capelas laterais dedicadas a Nossa Senhora da Conceição e à Morte de São José, com telas de José da Costa Negreiros.
A "estranha" imagem de pedra de Cristo Crucificado, em maquineta própria no Altar-Mor, esteve até à inauguração do Santuário recolhida numa pequena ermida junto à estrada para Caldas da Rainha onde era objecto de grande devoção, nomeadamente do Rei D. João V.
Créditos : Município de Óbidos
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Grandes perdas territoriais na Índia(1732-1740)
Após o regresso de Saldanha da Gama a Portugal, deixando o cargo de Governador Geral da Índia, marcado pela perda de Mombaça, ainda que reconhecidamente sem culpa, com os créditos dum governo dos mais brilhantes naquele território, foi nomeado como Vice-rei em 1732, D.Pedro de Mascarenhas, conde de Sandomil, já com a idade de 62 anos, muito embora a sua folha de serviços de brilhante militar, tenha induzido D.João V a esperar dele um governo enérgico, de acordo com as exigências do momento.
Porém o governo da Índia viria a revelar-se já excessivamente pesado e complexo para a sua idade.
Os maratas, (que em sentido lato se refere ao povo do Decão ocidental (Maharxtra), é na acepção restrita, a tribo militar histórica dessa região,e que constitui uma casta), achavam-se no apogeu da sua força e da sua arrogância e os seus marajás eral nessa época os maiores inimigos dos povos ocidentais.
Foi efectivamente desastroso porque em 1739 se perdeu Baçaim, cidade tão importante que lhe chamavam a corte do Norte; perdeu-se a Ilha de Karanjá, Trapor, Sarapour,Tana
Foi desde então que, na costa norte, Portugal ficaria apenas com Damão e Diu.
A invasão dos maratas, que assolaram as terras de Bardez e de Salsete, que puseram Goa em risco de se perder e as vitórias do pirata Angriá que em 1740 destruiu a esquadra portuguesa, completaram a série de infortúnios que assinalaram o governo do conde de Sandomil, que durou de 1732 a 1739
As causas principais desses desastres, foi a inércia e desleixo do governo de Lisboa, a falta de energia do vice-rei, a guerra surda que lhe promovia o arcebispo francês, que era um homem intolerável, e as intrigas dos ingleses, também eles interessados em acabar com a cocorrência que significava a presença portuguesa na Índia
A 18 de Maio de 1741 entregou o governo ao seu sucessor, o marquês de Louriçal, que como se verá viria a conseguir estancar as percas registadas pelo anterior vice-rei.
O rei levou muito a sério o cumprimento desta lei chegando a repreender os dignatários que não a respeitassem ou a não fizessem respeitar, aceitando por exemplo o tratamento por Senhoria quando a ele não tinham direito.
Porém o governo da Índia viria a revelar-se já excessivamente pesado e complexo para a sua idade.
Os maratas, (que em sentido lato se refere ao povo do Decão ocidental (Maharxtra), é na acepção restrita, a tribo militar histórica dessa região,e que constitui uma casta), achavam-se no apogeu da sua força e da sua arrogância e os seus marajás eral nessa época os maiores inimigos dos povos ocidentais.
Foi efectivamente desastroso porque em 1739 se perdeu Baçaim, cidade tão importante que lhe chamavam a corte do Norte; perdeu-se a Ilha de Karanjá, Trapor, Sarapour,Tana
Foi desde então que, na costa norte, Portugal ficaria apenas com Damão e Diu.
A invasão dos maratas, que assolaram as terras de Bardez e de Salsete, que puseram Goa em risco de se perder e as vitórias do pirata Angriá que em 1740 destruiu a esquadra portuguesa, completaram a série de infortúnios que assinalaram o governo do conde de Sandomil, que durou de 1732 a 1739
As causas principais desses desastres, foi a inércia e desleixo do governo de Lisboa, a falta de energia do vice-rei, a guerra surda que lhe promovia o arcebispo francês, que era um homem intolerável, e as intrigas dos ingleses, também eles interessados em acabar com a cocorrência que significava a presença portuguesa na Índia
A 18 de Maio de 1741 entregou o governo ao seu sucessor, o marquês de Louriçal, que como se verá viria a conseguir estancar as percas registadas pelo anterior vice-rei.
- Janeiro,29-Lei dos tratamentos
O rei levou muito a sério o cumprimento desta lei chegando a repreender os dignatários que não a respeitassem ou a não fizessem respeitar, aceitando por exemplo o tratamento por Senhoria quando a ele não tinham direito.
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