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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Jacobéus e Sigilistas-1745

Frei Gaspar da Encarnação, o franciscano que nos últimos tempos de vida de D.João V e após a morte do valido cardeal da Mota, assume o papel não oficial de primeiro-ministro, sob a regência da Rainha D.Maria Ana que o detestava, tinha sido desde que fora em 1723, nomeado reformador dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, o principal protector duma corrente religiosa, nascida no interior dessa congregação.

Chamados "jacobéus" e condenavam a tendência devassa, que julgavam existir dentro da vida religiosa a quem chamavam "mundanos", por certo com muita razão. Estes defendiam entre outras coisas a legitimidade de violar o segredo de confissão, para denunciar cúmplices de pecados.

Chamados de sigilistas atendendo a esta característica dos seus pontos de vista, foram os jacobéus, veementemente condenados pelo então cardeal-patriarca D.Tomás de Almeida, primeiro nomeado por D.João V, e pelo inquisidor-mor D.Nuno da Cunha.

Tratava-se dum combate aberto entre conservadores (inquisidores) e renovadores (jacobéus) e na qual D.João V, já doente se não quis meter, deixando a resolução do conflito ao papa Bento XIV.

A princípio o Papa começou por apoiar as teses da Inquisição, mas com o decorrer do conflito foi se equidistando, por vezes com bulas contraditórias que não fizeram mais do que prolongar o conflito.

Frei Gaspar da Encarnação jacobéu, confrontava-se pois, para além dos já mencionados, com a maior parte dos jesuítas, naturalmente que não estava sozinho, alguns bispos mais ou menos abertamente apoiavam-no nas suas opções.

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