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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Retrato de D.João V por Pedro Rodrigues


Este desenho hoje recebido, que me foi enviado pelo amigo Pedro Rodrigues, reflecte na perfeição o meu entendimento do que pretendo  este blogue  assuma.

Não um espaço doutoral de "educação de massas", título para o qual não me acho competente, mas um espaço ao dispor de toda a gente que queira colaborar.

As únicas condições  requeridas, são naturalmente e em primeiro lugar, se garanta o requisito mínimo de credibilidade, por forma a que se não torne este espaço inútil.

Em segundo lugar que os factos aqui referidos estejam datados, entre as datas da vigência do reinado neste caso de D. João V, entre os anos de 1707 e 1750, ano da sua morte.

As matérias aqui referidas, não necessitam de versar exclusivamente a História de Portugal, qualquer matéria acontecida no espaço cultural europeu ou não, tem sempre interesse  ser referido. Por esta razão este blogue não fechará portas, nem se considerará esgotado com a morte de D. João.

O meu email encontra-se anunciado no meu perfil  e desde já agradeço, todas as questões que me queiram colocar, ou colaboração que entendam por bem enviar.

Naturalmente que o que aqui digo no que ao âmbito do conteúdo da matéria a utilizar neste  blog, é extensível a todos os outros "blogues reais" que tenho em aberto

Voltando á pintura  remetida pelo amigo Pedro Rodrigues que me disse  tratar-se "duma pinturinha que fiz em tempos d el-rei D. João V , inspirado nos retratos de Louis XIV feitos por Rigaud em 1710 ou 1715", lhe digo que acho muito interessante e aproveitando  a sua autorização para a publicar, assim farei como terá ocasião de observar.

Os meus agradecimentos

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A construção da Capela de São João Baptista


A construção da capela de S. João Baptista, na Igreja de São Roque dos jesuítas, em Lisboa, esta intimamente relacionada com a doença do rei.

Encomendada no ano anterior pelo rei ao representante português em Roma, Manuel Pereira de Sampaio, "para que se faça logo em desenho pelo melhor arquitecto".

Dava-se alguma liberdade ao arquitecto, mas impunham-se condições quanto à magnificência da obra e ao mesmo tempo de indicava que os painéis seriam entregues ao pintor Agostino Masucci, ao mesmo tempo que se pedia a máxima brevidade, sem se explicarem as razões para tal pressa mas por certo relacionada com a doença do Rei.

Começou a ser construída em 1743, desde a primeira hora sob a direcção do padre Carbone, a quem incumbiu a tarefa de cordenador deste projecto grandioso. Os arquitecto foram Nicola Salvi e Luigi Vanvitelli e a obra teve a particularidade de ser construída em Itália e posteriormente enviada para Lisboa. Em 1 de Setembro de 1747 chegaram a Lisboa os 3 navios que traziam diferentes objectos e materiais para a capela bem como operários especializados e que mais tarde viria a trabalhar em Mafra.

As obras começaram em Novembro de 1747 e a pressa que se lhe deu, fizeram que em Dezembro estavam já prontos os alicerces, mas tendo só sido concluída em 1750, muito embora os dois quadros do mosaico Baptismo de Cristo e Vinda do Espírito Santo, só tenham sido colocado em 1752

Caracteriza-se por um neo-classicismo rocaille. Na sua composição entram materiais preciosos como os bronzes dourados e variadas espécies de mármores.

Os anjos e os medalhões que embelezam o tecto são em mármore de Carrara.Os quadros laterais e o piso da capela são em mosaico.

A Capela veio enriquecida por belíssimas peças de culto; paramentos, alfaias litúrgicas, pinturas, peças de ourivesaria, rendas e livros, que compõem o núcleo museológico agregado à própria Igreja, e que são um valiosíssimo repositório de arte e sonho.

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segunda-feira, 5 de maio de 2008

A doença do rei e a ida às Caldas

De um modo geral pode dizer-se que D.João V foi uma pessoa saudável. Umas bexigas em criança, papeira já depois de casado e mais um ou outro problema menor era tudo o que a Gazeta de Lisboa, noticiara , acerca dos problemas da saúde do Rei.

A partir de 1740 porém, a correspondência real com o cardeal da Mota, começa este a queixar-se da sua saúde, nomeadamente da cabeça e de problema de visão.
Até que na tarde de 10 de Abril de 1742, "estando sua majestade a despachar lhe sobreveio um estupor que o privou dos sentidos e ficou leso da parte esquerda e com a boca à banda", segundo noticiou uma gazeta manuscrita.

Por entre orações e devoções no convento da Madre de Deus, por parte da Rainha, sangramentos e recomendações do cardeal-patriarca as igrejas e conventos, ordenando preces públicas com o Santíssimo exposto, pelas melhoras de El-rei.

Mais dum mês de procissões e preces diversas, não trouxeram ao Rei, qualquer tipo de melhoras, mas mantendo-se contudo o seu estado estacionário, que se deveu segundo se disse na época à sua boa robustez física sem a qual teria por certo passado à sepultura.

A versão oficial, do estado do rei, contrariava a que corria na família a avaliar pela correspondência de D.Mariana Vitória com sua mãe a Rainha de Espanha, onde relatava que pelo menos momentaneamente D.João V não se encontrava em seu juízo perfeito e noutras ocasiões falando mais do que devia, sobretudo quando falava de episódios inconvenientes da sua vida.

Resolve então partir para banhos nas Caldas, não sem antes ter retribuído com generosas quantias às entidades que por ele oraram, promoveram as procissões ou a colocação de imagens santas no Paço Real.

As águas das Caldas eram aconselhadas para um grande número de maleitas, desde convulsões a queixas de cabeça e estômago a esperança de todos é que também pudesse trazer melhorias à paralisia que afectava o Rei.

Os preparativos da deslocação foram apressados, porque não se tratava só da deslocação do Rei, mas dum conjunto de pessoas que faziam parte da corte, incluindo os respectivos criados.

A sua permanência nas Caldas nesta primeira fase duraria cerca dum mês, só regressando a Lisboa no dia 17 de Agosto.