De um modo geral pode dizer-se que D.João V foi uma pessoa saudável. Umas bexigas em criança, papeira já depois de casado e mais um ou outro problema menor era tudo o que a Gazeta de Lisboa, noticiara , acerca dos problemas da saúde do Rei.
A partir de 1740 porém, a correspondência real com o cardeal da Mota, começa este a queixar-se da sua saúde, nomeadamente da cabeça e de problema de visão.
Até que na tarde de 10 de Abril de 1742, "estando sua majestade a despachar lhe sobreveio um estupor que o privou dos sentidos e ficou leso da parte esquerda e com a boca à banda", segundo noticiou uma gazeta manuscrita.
Por entre orações e devoções no convento da Madre de Deus, por parte da Rainha, sangramentos e recomendações do cardeal-patriarca as igrejas e conventos, ordenando preces públicas com o Santíssimo exposto, pelas melhoras de El-rei.
Mais dum mês de procissões e preces diversas, não trouxeram ao Rei, qualquer tipo de melhoras, mas mantendo-se contudo o seu estado estacionário, que se deveu segundo se disse na época à sua boa robustez física sem a qual teria por certo passado à sepultura.
A versão oficial, do estado do rei, contrariava a que corria na família a avaliar pela correspondência de D.Mariana Vitória com sua mãe a Rainha de Espanha, onde relatava que pelo menos momentaneamente D.João V não se encontrava em seu juízo perfeito e noutras ocasiões falando mais do que devia, sobretudo quando falava de episódios inconvenientes da sua vida.
Resolve então partir para banhos nas Caldas, não sem antes ter retribuído com generosas quantias às entidades que por ele oraram, promoveram as procissões ou a colocação de imagens santas no Paço Real.
As águas das Caldas eram aconselhadas para um grande número de maleitas, desde convulsões a queixas de cabeça e estômago a esperança de todos é que também pudesse trazer melhorias à paralisia que afectava o Rei.
Os preparativos da deslocação foram apressados, porque não se tratava só da deslocação do Rei, mas dum conjunto de pessoas que faziam parte da corte, incluindo os respectivos criados.
A sua permanência nas Caldas nesta primeira fase duraria cerca dum mês, só regressando a Lisboa no dia 17 de Agosto.
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