- Fevereiro,17-Criação duma Companhia de Comércio com Macau.
Assim nesta data foi emitido um alvará, dirigido ao provedor, aos deputados da Mesa do Espírito Santo da Pedreira e aos homens de negócio que compunham a Mesa do Bem Comum do Comércio, contendo as condições para o estabelecimento da Companhia de Comércio de Macau, concedida pelo rei D. João V, pelo prazo de dez anos.
- Junho,08-Guerra da sucessão de Espanha-Miranda do Douro cai em poder de forças espanholas.
- Agosto,17-Morte do Padre Manuel Bernardes.
O Padre Manuel Bernardes, da Congregação do Oratório de S. Filipe de Néri. nasceu e morreu em Lisboa.
De acordo com a sua condição de sacerdote, sempre utilizou a ficção como instrumento de doutrina, girando sempre contudo em redot de acontecimentos verídicos, que sustentavam a eventual fantasia literária.
Em consequência as suas narrativas apenas são contos por acidente de propósito moralizante único.
São de Mendes dos Remédios as palavras seguintes a propósito da comparação entre António Vieira e Bernardes [...] distanciaram-se na prédica como na vida. Vieira foi um lutador; a sua vida prende-se por mais de um laço à história política de Portugal; Bernardes viveu o melhor e maior tempo da sua vida — 36 anos — entregue à meditação e à redacção dos seus livros na pobre cela da Congregação do Oratório. Lendo-os com atenção, escreve
Ou segundo António Feliciano de Castilho, sente-se que Vieira, ainda falando do Céu, tinha os olhos nos seus ouvintes e Bernardes, ainda falando das criaturas, estava absorto no Criador. Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo; Bernardes, para a cela, para si, para o seu coração.
A coleção das obras do Padre Manuel Bernardes compreende dezenove volumes, entre os quais se contam os Sermões e Práticas, os Exercícios Espirituais e Meditações da Vida Purgativa, Os Últimos Dias do Homem, os Tratados Vários, em cujo 2º tomo entra o Pão Partido em Pequeninos, alguns opúsculos e as suas melhores obras, Luz e Calor e a Nova Floresta. Durante o largo período em que viveu na Congregação do Oratório, o Padre Bernardes não cessou de trabalhar, até perder a vista e a lucidez dois anos antes de morrer.
De acordo com a sua condição de sacerdote, sempre utilizou a ficção como instrumento de doutrina, girando sempre contudo em redot de acontecimentos verídicos, que sustentavam a eventual fantasia literária.
Em consequência as suas narrativas apenas são contos por acidente de propósito moralizante único.
São de Mendes dos Remédios as palavras seguintes a propósito da comparação entre António Vieira e Bernardes [...] distanciaram-se na prédica como na vida. Vieira foi um lutador; a sua vida prende-se por mais de um laço à história política de Portugal; Bernardes viveu o melhor e maior tempo da sua vida — 36 anos — entregue à meditação e à redacção dos seus livros na pobre cela da Congregação do Oratório. Lendo-os com atenção, escreve
Ou segundo António Feliciano de Castilho, sente-se que Vieira, ainda falando do Céu, tinha os olhos nos seus ouvintes e Bernardes, ainda falando das criaturas, estava absorto no Criador. Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o mundo; Bernardes, para a cela, para si, para o seu coração.
A coleção das obras do Padre Manuel Bernardes compreende dezenove volumes, entre os quais se contam os Sermões e Práticas, os Exercícios Espirituais e Meditações da Vida Purgativa, Os Últimos Dias do Homem, os Tratados Vários, em cujo 2º tomo entra o Pão Partido em Pequeninos, alguns opúsculos e as suas melhores obras, Luz e Calor e a Nova Floresta. Durante o largo período em que viveu na Congregação do Oratório, o Padre Bernardes não cessou de trabalhar, até perder a vista e a lucidez dois anos antes de morrer.