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terça-feira, 24 de abril de 2007

A restituição da colónia do Sacramento-1715


Desde 1680 que os portugueses tinham edificado na margem esquerda do Rio da Prata, uma Colónia a que foi dado o nome de Santíssimo Sacramento. Essas foram as instruções dadas ao governador da capitania do Rio de Janeiro, D.Manuel Lobo, com o apoio das organizações de comerciantes , desejosas de alargar o âmbito dos seus negócio com as colónias espanholas estabelecida na outra margem desse rio.

Em boa verdade o objectivo imediato desse edificação era o de continuar a participar no comércio e contrabando da prata espanhola , escoada por Buenos Aires, e em que Portugal tinha participado durante os quarenta anos que durou a condução espanhola da coroa portuguesa.

Logo que os espanhóis de Buenos Aires souberam da construção da fortaleza, atacaram-na imediatamente. A guarnição portuguesa rendeu-se em Agosto, e o seu comandante foi preso.

Abandonada desde 1705, no final do reinado de D.Pedro II, só depois da assinatura do Tratado de Utreque, os portugueses voltam a ocupar novamente a Colónia de Sacramento.

Foi de novo fundada uma nova edificação no mesmo local onde estava a anterior fortaleza, pois nada havia restado da anterior, muito embora com alguns cuidados, nomeadamente o de criar igualmente uma povoação afastada da fortificação,( para que não se atrapalhassem mutuamente), por forma a consolidar-se pela fixação de famílias á terra.

O conselheiro ultramarino Rodrigues da Costa,* recomendava o envio de 30 ou 40 casais de Trás-os-Montes, que não só soubessem cultivar a terra, como também exercer vários ofícios, em apoio aos soldados que viessem a ocupar a fortificação.

Avançava ainda que mais tarde deveriam ir casais das ilhas "onde são tantos que os não pode sustentar o pequeno terreno em que habitam".

Havia contudo que ser cuidadoso nas relações com a vizinhança espanhola, sem se abandonar a firmeza necessária para se obter o espaço necessário para consolidação da colónia, por forma a distribuir uma légua de terreno a cada casal como havia sido proposto aos transmontanos que havia partido para Sacramento.

Por outro lado existia a preocupação de impedir que os Espanhóis não se instalassem em feitorias que na prática conduzissem ao bloqueio e tornasse Sacramento, num enclave inserido entre domínios de Castela.


Afinal o Tratado de Utreque , não havia especificado com clareza, os aspectos práticos da sua consumação no terreno. Em 1718 o governador Manuel Gomes Barbosa pede esclarecimentos sobre demarcações, pois os Castelhanos haviam apertado o cerco e os Portugueses não conseguiam ir mais longe do que "um tiro de canhão" o que dificultava a distribuição de terras aos colonos.

Utreque não havia sido ainda a solução para a Colónia de Sacramento


*António Rodrigues da Costa embora jamais tivesse posto o pé numa colónia portuguesa, como a maior parte de seus colegas do Conselho Ultramarino, tornou-se e permaneceu um dos conselheiros em que a Coroa mais confiava no que dizia respeito aos assuntos coloniais.

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