Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Os meios-irmãos do Rei

Tal como D.João V, já seu pai D.Pedro II, num papel por si assinado em 1704, declara que tivera dois filhos fora do casamento e tal como seu filho, também afirmava que eram filhos de "mulheres desobrigadas e limpas de toda a nação infecta".

Consta nas memórias do conde de Povolide que também havia sido pai de um filho de "cor parda", que se tornara padre e que claro nem pela cabeça do rei passou sequer a ideia de a ele se referir.

D.Luísa nascera a 9 de Janeiro de 1679, quando ele ainda era casado com D.Maria Francisca de Sabóia, foi educada em casa dum secretário de Estado, passou por um convento em Carnide vindo mais tarde casar com um filho do duque de Cadaval.

Só nessa altura foi reconhecida pela rainha D.Maria Sofia e tratada pela corte como filha do rei. Foi o único filho ilegítimo a ser reconhecida pelo pai em vida deste
.
D.Luísa era filha de Maria Carvalho, "moça de varrer", criada de uma dama da câmara, e também ela "limpa de sangue", que entrou para o Convento de Santa Mónica, (como quem diz aprisionada no convento), pois não sendo religiosa, por ali ficou quando el-rei se cansou dela.

D.Luísa enviuvou e mais tarde voltando a casar com um cunhado, acabando por enlouquecer e morrer aos 54 anos.

D.Miguel que D.Pedro II declarou á hora da morte ser sua mãe uma francesa de nome Ana Armanda du Verge, moça da câmara.e dama da rainha D.Maria Francisca Isabel de Sabóia, e D.José que era filho de Francisca da Silva, cujo pai era tanoeiro, mas tudo "gente limpa de sangue"

Quando D.Pedro morreu, esse filhos tinham 7 e 3 anos respectivamente,estavam a ser criados em casa de Bartolomeu de Mexia para quem ele pediu a D.João V lhe concedesse mercês, que com tanto zelo cuidava de seus irmãos.

Foram estes irmãos sempre tratados por D.João V, conforme seu pai havia preconizado.

D.Miguel haveria de casar em 1715 com D. Luísa Casimira de Nassau e Ligne, filha do príncipe Carlos José Ligne, e herdeira da casa de Arronches. Deste casamento nasceram os duques de Lafões D. Pedro e D. João, e a marquesa de Cascais, D. Joana Perpétua de Bragança .

D. Miguel tinha apenas 20 anos quando, andando a passear no Tejo, em 13 de Janeiro de 1724, se virou o bote que o conduzia, e naufragou, morrendo afogado. Muitos dias correram sem aparecer o cadáver, até que vindo à praia no dia 5 de Fevereiro, foi sepultado com a pompa costumada na igreja do convento de S. José de Ribamar.

D.José seguiu a carreira eclesiástica, estudando primeiro em Évora, tendo depois chegado ao arcebispado de Braga.



Sem comentários: