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sábado, 17 de fevereiro de 2007

Os meninos de Palhavã e ... outras mais

(imagem do palácio dos Meninos de Palhavã)

Após a doença que o atingiu em Maio de 1742, D.João V mandou por intermédio do cardeal da Cunha, consultar o jesuíta da Companhia de Jesus o padre José da Costa, para saber se "era obrigado em consciência a declarar por filhos seus ilegítimos, os três senhores que se educaram em S.Vicente e em Santa Cruz de Coimbra".

Perante a reposta afirmativa do jesuíta e de mais alguns ilustres que consultou, decidiu o rei, declarar 3 filhos adulterino.Nessa declaração afirma que eles não eram filhos da mesma concubina, mas todas elas "mulheres limpas de todo o sangue infecto".

Nesse documento firmado em 1742, mas só publicado em 1752 após a sua morte, se declarava afinal o que já toda agente sabia, "os meninos de Palhavã" eram seus filhos.

A expressão deriva do facto de terem habitado no palácio dos marqueses de Louriçal , situado na zona de Palhavã , na altura arredores de Lisboa, mas que hoje se situa em plena cidade (o edifício - denominado Palácio da Azambuja - é hoje a Embaixada de Espanha em Portugal, sendo também conhecido por "Palácio dos Meninos de Palhavã").

Eram eles:

  • D. António (n. em Lisboa, a 1 de Outubro de 1704; f. na capital, a 14 de Agosto de 1800; sepultado no claustro do S. Vicente de Fora), filho de uma francesa. Tendo obtido o grau de doutor em Teologia pela Universidade de Coimbra. Esteve desterrado no Buçaco, por ordem de Pombal, de 1760 a 1777.
  • D. Gaspar (n. em Lisboa, a 8 de Outubro de 1716; f. em Braga, a 18 de Janeiro de 1789), filho de D. Madalena Máxima de Miranda. Foi o segundo «Menino de Palhavã». Exerceu o múnus de arcebispo de Braga, de 1758 à data da sua morte;
  • D. José (n. em Lisboa, a 8 de Setembro de 1720; f. na mesma cidade, a 31 de Julho de 1801; sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora), filho da Madre Paula, freira em Odivelas. Foi doutor em Teologia pela Universidade de Coimbra e inquisidor-mor em 1758. Esteve desterrado no Buçaco, com seu irmão D. António, de 1760 a 1777, por ordem do Marquês de Pombal

Menos sorte teve contudo outra filha de nome Maria Rita, pelo facto de ser mulher, não constou do "requerimento de paternidade", assinado pelo rei em 1742. Era filha da "Flor de Murta", assim se alcunhava a mãe D.Luísa Clara de Portugal, dama da casa da rainha.

Eventualmente nascida em Maio 1731, professou no convento de Santos até à morte, em data que se ignora.

Também como fruto da sua relação com D.Filipa de Noronha, filha do marquês de Cascais, terão gerado uma filha,nascida em Maio de 1710, no convento de Santa Clara, para onde D.Filipa terá sido desterrada.

A criança durou pouco tempo, enquanto o destino de sua mãe parece traçado numa carta existente na Biblioteca do Palácio da Ajuda, onde alude ás promessas de casamento do rei não cumpridas, mas termina dizendo "Peço a V.Majestade licença para professar no convento onde morreu Santa Teresa de Jesus. que assim como o amor de V.M. me desterrou do Paço, quero que a sua ingratidão me extermine do Reino"


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