A ideia pré-concebida que D.João V foi apenas um rei gastador, que desbaratou o ouro e os diamantes do Brasil apenas em obras inúteis e espalhafatosas é completamente errada, porque a sua preocupação em desenvolver indústrias também foi evidente, como neste blogue modestamente se têm tentado demonstrar
Em 5 de Outubro de 1734 foi lavrada uma escritura a favor dum francês de nome Robert Godin, para estabelecer uma fábrica de sedas em Lisboa, que viria a ter as suas primeiras instalações na Fonte Santa, estabelecendo-a depois ao fundo da Rua de S. Bento (1737) finalmente mudou-a para o Rato em 1738.
Algumas originalidades à francesa, foram implementadas, que passavam pela instalação por um lado dum talho e duma padaria no próprio edifício, bem como a construção dum bairro operário na periferia da fábrica, por outro foram colocados tabiques nas janelas para que os operários se não distraíssem.
Alguns exageros despesistas conduziram a empresa para uma vida difícil, como escrevia nas suas memórias do industrial de origem francesa Jacome Ratton, em que este escreve sobre as manufacturas existentes em Portugal em finais do século XVIII e inícios do século XIX.
Principiou pois a fábrica da seda por uma sociedade de particulares, no Reinado do Senhor Rei D. João V, os quais mandaram vir operários de Lyon, e foi estabelecida no edifício que hoje se conhece por este nome ao Rato, para esse fim construído. Mas como sucede frequentemente, que estabelecimentos de grande custo não prosperem desde logo, achava-se este já em penúria de fundos no princípio do sucessivo Reinado; e querendo o Governo elevá-lo ao maior grau de prosperidade possível, e introduzir-lhe a fabricação dos Galões de ouro e prata, que até àquele tempo todos vinham de França, se havia necessidade deles para a tropa e culto Divino, o tomou por sua conta, nomeando-lhe Directores negociantes, e aplicando-lhe muitos fundos não só para o fazer trabalhar com vigor no seu respectivo destino, mas para servir como de viveiro a muitas artes, e ofícios, de que o Reino se achava destituído. Foi por aquela Direcção que, no Bairro das Amoreiras, então terras de serradura, se edificaram acomodações para Mestres, com certo número, cada hum, de teares de seda de lavor, cujas manufacturas eram compradas, e pagas pela dita Direcção, que também lhes fornecia a seda já pronta, como me parece que ainda se pratica, em maior, ou menor abundância. Foi outro sim com fundos da referida Direcção das sedas, que se edificaram no mesmo Bairro
Em 1750, o Estado apropriou-se da fabrica, por insolvência de Robert Godin.
Indico como leitura complementar um excelente artigo
sobre esta matéria no magnífico blogue Bic Laranja
Em 5 de Outubro de 1734 foi lavrada uma escritura a favor dum francês de nome Robert Godin, para estabelecer uma fábrica de sedas em Lisboa, que viria a ter as suas primeiras instalações na Fonte Santa, estabelecendo-a depois ao fundo da Rua de S. Bento (1737) finalmente mudou-a para o Rato em 1738.
Algumas originalidades à francesa, foram implementadas, que passavam pela instalação por um lado dum talho e duma padaria no próprio edifício, bem como a construção dum bairro operário na periferia da fábrica, por outro foram colocados tabiques nas janelas para que os operários se não distraíssem.
Alguns exageros despesistas conduziram a empresa para uma vida difícil, como escrevia nas suas memórias do industrial de origem francesa Jacome Ratton, em que este escreve sobre as manufacturas existentes em Portugal em finais do século XVIII e inícios do século XIX.
Principiou pois a fábrica da seda por uma sociedade de particulares, no Reinado do Senhor Rei D. João V, os quais mandaram vir operários de Lyon, e foi estabelecida no edifício que hoje se conhece por este nome ao Rato, para esse fim construído. Mas como sucede frequentemente, que estabelecimentos de grande custo não prosperem desde logo, achava-se este já em penúria de fundos no princípio do sucessivo Reinado; e querendo o Governo elevá-lo ao maior grau de prosperidade possível, e introduzir-lhe a fabricação dos Galões de ouro e prata, que até àquele tempo todos vinham de França, se havia necessidade deles para a tropa e culto Divino, o tomou por sua conta, nomeando-lhe Directores negociantes, e aplicando-lhe muitos fundos não só para o fazer trabalhar com vigor no seu respectivo destino, mas para servir como de viveiro a muitas artes, e ofícios, de que o Reino se achava destituído. Foi por aquela Direcção que, no Bairro das Amoreiras, então terras de serradura, se edificaram acomodações para Mestres, com certo número, cada hum, de teares de seda de lavor, cujas manufacturas eram compradas, e pagas pela dita Direcção, que também lhes fornecia a seda já pronta, como me parece que ainda se pratica, em maior, ou menor abundância. Foi outro sim com fundos da referida Direcção das sedas, que se edificaram no mesmo Bairro
Em 1750, o Estado apropriou-se da fabrica, por insolvência de Robert Godin.
Indico como leitura complementar um excelente artigo
sobre esta matéria no magnífico blogue Bic Laranja
- Nascimento da infanta D.Maria
A Rainha D.Maria I nasceu no dia 17 de Dezembro de 1734, antes dela nascer a sua avó a Rainha de Espanha escrevia à filha D.Mariana Vitória, ao mesmo tempo que enviava um cirurgião a acompanhar a carta onde mostrava a sua grande preocupação pelos maus cuidados que sua filha viesse a ter durante o parto.
A preocupação, reflectia diferença de mentalidades, em Espanha os partos reais eram feitos por cirurgiões, em Portugal por parteiras. Obviamente que em Portugal era assim por razões beatas, que impediam que um médico homem, assistisse a um parto, coisa de mulher.
Isabel Farnésio pelos vistos já não pensava assim, mas por carta a filha aceitou a vinda do médico com a condição de ficar num quarto ao lado "para o caso de haver necessidade", dizendo a sua mãe "os portugueses não aceitam bem os cirurgiões parteiros".
Seria baptizada a 9 de Janeiro do ano seguinte
A preocupação, reflectia diferença de mentalidades, em Espanha os partos reais eram feitos por cirurgiões, em Portugal por parteiras. Obviamente que em Portugal era assim por razões beatas, que impediam que um médico homem, assistisse a um parto, coisa de mulher.
Isabel Farnésio pelos vistos já não pensava assim, mas por carta a filha aceitou a vinda do médico com a condição de ficar num quarto ao lado "para o caso de haver necessidade", dizendo a sua mãe "os portugueses não aceitam bem os cirurgiões parteiros".
Seria baptizada a 9 de Janeiro do ano seguinte
- descobertas novas jazidas de ouro em Mato Grosso
1 comentário:
Gostei.
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