Aparentemente este blogue terá chegado ao fim, atendendo a um post anterior relatando a morte do Rei D.João V.
Contudo, nada disso acontecerá, pois como digo no sublinhado ao título deste blogue, aqui têm cabimento, todos os facto ocorridos no espaço histórico-cultural, próximo de Portugal, no tempo em que decorreu o seu reinado, não tem por conseguinte esgotado todos os acontecimentos, bem longe disso.
Recomenda-se que, para um melhor enquadramento dos factos se sigam as etiquetas laterais, onde os acontecimento se encontram organizados por ordem cronológica.
Recomenda-se a leitura dos livros indicadas como fontes. As entradas neste blog, são pequenos apontamentos de estudo. dos factos ocorridos no País neste reinado de 1707 a 1750
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
A morte de D.João V
No dia 29 de Julho de 1750, tinha o rei 60 anos, quando antes que se lhe toldasse o conhecimento, o cardeal-patriarca administrou a extrema-unção a D.João V, com a presença de todos os seus filho da Rainha "sentidíssima porém sem lágrimas" como se relatou na altura e do seu irmão infante D.António.
Segundo descrição da época "finalmente chegou o termo de expirar sua Magestade e sem movimento estranho, mas com serenidade e suma quietação, acabou a vida no Mundo", as 7 horas da tarde do dia 31 de Julho.
Imediatamente, após a família se ter retirado, segui-se o embalsamamento do cadáver real, observando-se que não havia lesões nos intestinos, muito embora a determinação da causa da morte indicasse qe "tanto do ventre como do cérebro vagava um licor morboso em tanta quantidade que se reconheceu acabara Sua Magestade de uma hidropisia do ventre mas não totalmente consumada".
As vísceras régias foram encerrada num vaso e enviadas para São Vicente de Fora, onde mais tarde o corpo viria ser sepultado. Não sem antes ter estado em câmara ardente, num dos maiores aposentos da Patriarcal, adornado com panos negros e onde se colocou um riquíssimo leito, com dorsel, sustentado por quatro pilares, uma peça de grande valor e já há muito destinado para as cerimónias fúnebres de pessoas reais.
No dia 3 de Agosto foi rezada pelo patriarca a missa de corpo presente e depois e vário cerimonial, pelas 9 horas da noite tudo se preparou para funeral.
Desfile de grande séquito, com a cavalaria do Terreiro do Paço e a infantaria nas ruas do percurso que seguindo pela Sé , e pelo Limoeiro até chegar ao local, onde os irmãos da Misericórdia puseram o caixão num esquife.
As cerimónias fúnebres foram magnificentes, decorrendo vários cerimoniais por todo o Reino, nomeadamente em Braga, governada pelo meio irmão de D.João, o arcebispo D.José,mas igualmente no Brasil e mesmo nalgumas irmandades de cortes estrangeiras, sediadas em Portugal, o fizerem.
Segundo descrição da época "finalmente chegou o termo de expirar sua Magestade e sem movimento estranho, mas com serenidade e suma quietação, acabou a vida no Mundo", as 7 horas da tarde do dia 31 de Julho.
Imediatamente, após a família se ter retirado, segui-se o embalsamamento do cadáver real, observando-se que não havia lesões nos intestinos, muito embora a determinação da causa da morte indicasse qe "tanto do ventre como do cérebro vagava um licor morboso em tanta quantidade que se reconheceu acabara Sua Magestade de uma hidropisia do ventre mas não totalmente consumada".
As vísceras régias foram encerrada num vaso e enviadas para São Vicente de Fora, onde mais tarde o corpo viria ser sepultado. Não sem antes ter estado em câmara ardente, num dos maiores aposentos da Patriarcal, adornado com panos negros e onde se colocou um riquíssimo leito, com dorsel, sustentado por quatro pilares, uma peça de grande valor e já há muito destinado para as cerimónias fúnebres de pessoas reais.
No dia 3 de Agosto foi rezada pelo patriarca a missa de corpo presente e depois e vário cerimonial, pelas 9 horas da noite tudo se preparou para funeral.
Desfile de grande séquito, com a cavalaria do Terreiro do Paço e a infantaria nas ruas do percurso que seguindo pela Sé , e pelo Limoeiro até chegar ao local, onde os irmãos da Misericórdia puseram o caixão num esquife.
As cerimónias fúnebres foram magnificentes, decorrendo vários cerimoniais por todo o Reino, nomeadamente em Braga, governada pelo meio irmão de D.João, o arcebispo D.José,mas igualmente no Brasil e mesmo nalgumas irmandades de cortes estrangeiras, sediadas em Portugal, o fizerem.
domingo, 23 de novembro de 2008
O Tratado de Madrid
A assinatura deste tratado, também designado como dos Limites é assinado entre D.João V e Fernando VI por parte da Espanha sobre os limites das possessões portuguesas e espanholas na América do Sul.
O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir de direito), delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje.
Aquele tratado assinado a 13 de Janeiro de 1750, consta de duas partes uma de estruturação geográfica dos territórios dos dois países e outra da defesa recíproca contra ataques inimigos.
Em termos gerais pode dizer-se que este Tratado ao revogar o velho Tratado de Tordesilhas, acaba por traçar aquilo que é hoje o Brasil. Com efeito, antes do Tratado de Madrid, o meridiano de Tordesilhas excluía a região onde é hoje o território gaucho, que era posse espanhola.Assim o Rio Grande Sul, o território das Sete missões e outras áreas no interior do continente, ficam em definitivo pertença portuguesa e a colónia de Sacramento é cedida à Espanha.
As negociações tinham começado 4 anos antes mas apesar de Tomás da Silva Teles (Visconde de Vila Nova de Cerveira) ter representado Portugal, foi Alexandre de Gusmão o redactor do Tratado
O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir de direito), delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje.
Aquele tratado assinado a 13 de Janeiro de 1750, consta de duas partes uma de estruturação geográfica dos territórios dos dois países e outra da defesa recíproca contra ataques inimigos.
Em termos gerais pode dizer-se que este Tratado ao revogar o velho Tratado de Tordesilhas, acaba por traçar aquilo que é hoje o Brasil. Com efeito, antes do Tratado de Madrid, o meridiano de Tordesilhas excluía a região onde é hoje o território gaucho, que era posse espanhola.Assim o Rio Grande Sul, o território das Sete missões e outras áreas no interior do continente, ficam em definitivo pertença portuguesa e a colónia de Sacramento é cedida à Espanha.
As negociações tinham começado 4 anos antes mas apesar de Tomás da Silva Teles (Visconde de Vila Nova de Cerveira) ter representado Portugal, foi Alexandre de Gusmão o redactor do Tratado
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A Pragmática contra o luxo
Esta pragmática contra o luxo
Em que se regula a moderação dos adornos, e se proíbe o luxo e excesso dos trajes ,carruagens, moveis e lutos, o uso de espadas a pessoas de baixa condição, e outros diversos abusos, que necessitavam de reforma.
tiveram, também, o objectivo de trazer a exclusividade do luxo para a família real e acentuar, por esta via, a distância política entre a casa real, a aristocracia e as restantes elites, reforçando, por conseguinte, os efeitos do poder espectáculo.
Esta lei, interditava também as rendas de uso caseiro e pessoal, principalmente as de bilros, fabricadas em Vila do Conde e muito em voga na época ,ou rendas doutros locais como Peniche, cascais ou Setúbal,impondo sanções muito pesadas (pecuniárias, prisão, até degredo...) a quem a não cumprisse.
Os excessos que se estavam a cometer, já vinham desde os finais do reinado de D. Pedro II, mas agravaram-se durante o reinado de D. João V, pelo que se devem entender as pragmáticas, também como formas de controlo e disciplina, com o objectivo de servirem a distinção e a diferenciação social.
Foi longo o processo que antecedeu a publicação desse documento, ao longo de 31 capítulos determinava-se o que se deveria praticar em relação aos vários items, mas em todos os casos sempre uma ressalva que a lei não se estendia ás igrejas e ao culto divino.
A lei também se aplicava ás colónias, detalhando inclusivamente que os negros e mulatos, deviam usar, impedindo-os de trajar do mesmo modo que os brancos.
Tudo era regulamentado, não só as roupas ou jóias como objectos de decoração, cristais e vidros , mesmo que imitações de pedras preciosas. Quanto ao mobiliário nada de dourados ou prateados, só admitidos em molduras ou espelhos.
Sobriedade máximas nos veículos, nas carruagens e liteiras, nada de figuras ou máscaras, apenas as armas. Enfim um conjunto de detalhes muito vasto, porém com algo de positivos, não se permitirem de um modo geral importações, obrigando-se a produção em território nacional, ou em caso específicos vindos da Índia.
O que se disse atrás sobre o fundamento da pragmátca, para marcar a diferença social, fundamenta-se no facto da proibição da cor vermelha nos librés, por ser essa a cor dos librés da Casa real.
Estavam associadas medidas de segurança, como a proibição do uso de carapuças ou capotes que não deixassem ver a cara.
Foi grande a contestação possível como tentou explicar a Mesa do bem Comum do Comércio, na representação que enviou ao rei. logo que a Pragmática foi publicada, apresentando a sua argumentação quanto aos prejuízos que a referida lei iria trazer ao País e não demoraria a comprovar-se.
Em que se regula a moderação dos adornos, e se proíbe o luxo e excesso dos trajes ,carruagens, moveis e lutos, o uso de espadas a pessoas de baixa condição, e outros diversos abusos, que necessitavam de reforma.
tiveram, também, o objectivo de trazer a exclusividade do luxo para a família real e acentuar, por esta via, a distância política entre a casa real, a aristocracia e as restantes elites, reforçando, por conseguinte, os efeitos do poder espectáculo.
Esta lei, interditava também as rendas de uso caseiro e pessoal, principalmente as de bilros, fabricadas em Vila do Conde e muito em voga na época ,ou rendas doutros locais como Peniche, cascais ou Setúbal,impondo sanções muito pesadas (pecuniárias, prisão, até degredo...) a quem a não cumprisse.
Os excessos que se estavam a cometer, já vinham desde os finais do reinado de D. Pedro II, mas agravaram-se durante o reinado de D. João V, pelo que se devem entender as pragmáticas, também como formas de controlo e disciplina, com o objectivo de servirem a distinção e a diferenciação social.
Foi longo o processo que antecedeu a publicação desse documento, ao longo de 31 capítulos determinava-se o que se deveria praticar em relação aos vários items, mas em todos os casos sempre uma ressalva que a lei não se estendia ás igrejas e ao culto divino.
A lei também se aplicava ás colónias, detalhando inclusivamente que os negros e mulatos, deviam usar, impedindo-os de trajar do mesmo modo que os brancos.
Tudo era regulamentado, não só as roupas ou jóias como objectos de decoração, cristais e vidros , mesmo que imitações de pedras preciosas. Quanto ao mobiliário nada de dourados ou prateados, só admitidos em molduras ou espelhos.
Sobriedade máximas nos veículos, nas carruagens e liteiras, nada de figuras ou máscaras, apenas as armas. Enfim um conjunto de detalhes muito vasto, porém com algo de positivos, não se permitirem de um modo geral importações, obrigando-se a produção em território nacional, ou em caso específicos vindos da Índia.
O que se disse atrás sobre o fundamento da pragmátca, para marcar a diferença social, fundamenta-se no facto da proibição da cor vermelha nos librés, por ser essa a cor dos librés da Casa real.
Estavam associadas medidas de segurança, como a proibição do uso de carapuças ou capotes que não deixassem ver a cara.
Foi grande a contestação possível como tentou explicar a Mesa do bem Comum do Comércio, na representação que enviou ao rei. logo que a Pragmática foi publicada, apresentando a sua argumentação quanto aos prejuízos que a referida lei iria trazer ao País e não demoraria a comprovar-se.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Quanto custou a fidelidade ?
O reinado de D.João V, continua a ser uma época que gera grande controvérsia, uns apontado ao rei apenas o epíteto de gastador, realçando apenas a forma desbragada com que delapidou a colossal fortuna que em ouro e diamantes entrava regularmente em Portugal.
Para outros, preferem não realçar este característica mas a sua extraordinária acção em prole das mais variadas artes, quer proporcionando enriquecimento de conhecimento no exterior, quer "importando", artesãos e mestres dos mais variados ofícios e artes, que aqui desenvolvessem trabalho, semeando conhecimento e "artes de bem fazer".
Em especial os historiadores brasileiros, na sua maioria preferem sempre focar as "extorsões", que foram feitas na sua pátria, por um rei perdulário, referindo as enormes somas de dinheiro, que foram gastas por exemplo com o papado chegando a afirmar alguns que só pelo título de Fidelíssimo terão sido pagos 450 milhões de cruzados, verba que nem o nosso mal-dizente Oliveira Martins, atinge já que se fica por menos de metade.
Realmente o papa Bento XIV, deu a D. João V (e aos seus descendentes) o título de “Fidelíssimo”, aceitando a exigência do rei de ser tratado da mesma maneira que as três grandes monarquias católicas da Europa - a França, a Áustria e a Espanha - e honrou a Sé de Lisboa com o título de Patriarcal, que D.João V recebeu em 23 de Dezembro de 1748, título comparável ao dos reis franceses, o de rei Cristianíssimo.
De alguma forma, e muito embora muito dinheiro se tenha gasto, o certo é que as relações eram excelentes e se o rei obteve da Santa Sé grandes privilégios, também nunca negou o seu apoio e auxílio ao papado, sempre que solicitado, coisa que como se viu, não teve inteira correspondência, por parte de outras coroas europeias bem mais poderosas.
Para outros, preferem não realçar este característica mas a sua extraordinária acção em prole das mais variadas artes, quer proporcionando enriquecimento de conhecimento no exterior, quer "importando", artesãos e mestres dos mais variados ofícios e artes, que aqui desenvolvessem trabalho, semeando conhecimento e "artes de bem fazer".
Em especial os historiadores brasileiros, na sua maioria preferem sempre focar as "extorsões", que foram feitas na sua pátria, por um rei perdulário, referindo as enormes somas de dinheiro, que foram gastas por exemplo com o papado chegando a afirmar alguns que só pelo título de Fidelíssimo terão sido pagos 450 milhões de cruzados, verba que nem o nosso mal-dizente Oliveira Martins, atinge já que se fica por menos de metade.
Realmente o papa Bento XIV, deu a D. João V (e aos seus descendentes) o título de “Fidelíssimo”, aceitando a exigência do rei de ser tratado da mesma maneira que as três grandes monarquias católicas da Europa - a França, a Áustria e a Espanha - e honrou a Sé de Lisboa com o título de Patriarcal, que D.João V recebeu em 23 de Dezembro de 1748, título comparável ao dos reis franceses, o de rei Cristianíssimo.
De alguma forma, e muito embora muito dinheiro se tenha gasto, o certo é que as relações eram excelentes e se o rei obteve da Santa Sé grandes privilégios, também nunca negou o seu apoio e auxílio ao papado, sempre que solicitado, coisa que como se viu, não teve inteira correspondência, por parte de outras coroas europeias bem mais poderosas.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
A morte do cardeal da Mota
Como já havia descrito neste post a criação das secretarias de Estado em 1736, não passou dum expediente organizativo, encontrado na altura para uma melhor gestão dos assuntos correntes do Reino, em nada pusera em causa a importância política de D.João da Mota e Silva, conhecido como o Cardeal da Mota, um vimanarense nascido a 14 de Agosto de 1685 e que muito embora não ostentasse nenhuma secretaria, na prática o papel era o de Primeiro-Ministro.
Recorde-se que aos secretários de Estado, apenas competia, além dos deveres de fidelidade e sigilo, responder ao que lhe fosse perguntado, sem nada querer decidir.
A importância do cardeal da Mota, é bem maior ainda após o agravamento da doença do rei em 1742, a rainha é transitoriamente feita regente, com a assistência do príncipe herdeiro D.José, ao que parece contudo, quando também Mota adoeceu, o País ficou paralisado, pelo menos assim se queixava a princesa Mariana Vitória na correspondência que trocava com sua mãe.
João da Mota e Silva, exerceu o cargo de cónego da Colegiada de São Tomé, tendo sido feito cardeal por Bento XIII no Consistório de 2 de Novembro de 1727, a pedido de João V.
Foi eleito arcebispo de Braga em 1732, mas nunca obteve confirmação da Santa Sé.
Faleceu em 4 de Outubro de 1747.
Recorde-se que aos secretários de Estado, apenas competia, além dos deveres de fidelidade e sigilo, responder ao que lhe fosse perguntado, sem nada querer decidir.
A importância do cardeal da Mota, é bem maior ainda após o agravamento da doença do rei em 1742, a rainha é transitoriamente feita regente, com a assistência do príncipe herdeiro D.José, ao que parece contudo, quando também Mota adoeceu, o País ficou paralisado, pelo menos assim se queixava a princesa Mariana Vitória na correspondência que trocava com sua mãe.
João da Mota e Silva, exerceu o cargo de cónego da Colegiada de São Tomé, tendo sido feito cardeal por Bento XIII no Consistório de 2 de Novembro de 1727, a pedido de João V.
Foi eleito arcebispo de Braga em 1732, mas nunca obteve confirmação da Santa Sé.
Faleceu em 4 de Outubro de 1747.
sábado, 27 de setembro de 2008
Acontecimentos no ano de 1747
Início da construção do Palácio de Queluz
Instituída em 1654 por Alvará Régio de D. João IV, a Casa do Infantado, pertença dos filhos segundos dos Reis de Portugal, incluía todos os bens confiscados aos simpatizantes de Castela após a Restauração de 1640.
Neste património incluía-se a Quinta de Queluz e o Pavilhão de Caça pertencentes, desde o último quartel do séc. XVI, a D. Cristóvão de Moura, 1º Marquês de Castelo Rodrigo.
No ano de 1746, o infante D.Pedro, segundo filho de D. João V e de D. Mariana de Áustria, tomou a iniciativa de proceder à sua requalificação passando a Palácio, cujo projecto inicial foi confiado ao arquitecto Mateus Vicente de Oliveira, a ser adaptado a residência de veraneio da família real.
O corpo principal do Palácio, erigido até 1758, com as suas formas baixas e serpenteadas, decoração harmoniosa e intimísta, foi completado após o casamento do Infante D. Pedro com D. Maria Francísca, a futura rainha D. Maria I , altura em que os opulentos salões do interior foram enobrecidos, e bem assim os ricos jardins palacianos, povoados de fontenários barrocos, de estátuas e de recantos para folguedo. Nesta campanha interveio o grande mestre francês Jean Baptiste Rotillion (falecido em 1782), a quem se deve o célebre «PaviIhão Robillion».
Queluz, que tem sido não poucas vezes comparado com o Palácio de Versailles, difere do conjunto de Luis XIV (aliás um pouco anterior) no sentido de escala e de proporções que a sua traça revela, quiçá com uma distribuição de valores gráficos mais equilibrada, dentro de um neo-classicismo ainda muito apegado ao formulário rococó. Apenas a força e exuberância do Pavilhão concebido por Robillion de fortes influências europeias francesas, austríacas - constitui nota mais avantajada e «evoluída» pois tudo o resto é bem português, nas escalas e no próprio espirito artístico.
Créditos: IPPAR
Instituída em 1654 por Alvará Régio de D. João IV, a Casa do Infantado, pertença dos filhos segundos dos Reis de Portugal, incluía todos os bens confiscados aos simpatizantes de Castela após a Restauração de 1640.
Neste património incluía-se a Quinta de Queluz e o Pavilhão de Caça pertencentes, desde o último quartel do séc. XVI, a D. Cristóvão de Moura, 1º Marquês de Castelo Rodrigo.
No ano de 1746, o infante D.Pedro, segundo filho de D. João V e de D. Mariana de Áustria, tomou a iniciativa de proceder à sua requalificação passando a Palácio, cujo projecto inicial foi confiado ao arquitecto Mateus Vicente de Oliveira, a ser adaptado a residência de veraneio da família real.
O corpo principal do Palácio, erigido até 1758, com as suas formas baixas e serpenteadas, decoração harmoniosa e intimísta, foi completado após o casamento do Infante D. Pedro com D. Maria Francísca, a futura rainha D. Maria I , altura em que os opulentos salões do interior foram enobrecidos, e bem assim os ricos jardins palacianos, povoados de fontenários barrocos, de estátuas e de recantos para folguedo. Nesta campanha interveio o grande mestre francês Jean Baptiste Rotillion (falecido em 1782), a quem se deve o célebre «PaviIhão Robillion».
Queluz, que tem sido não poucas vezes comparado com o Palácio de Versailles, difere do conjunto de Luis XIV (aliás um pouco anterior) no sentido de escala e de proporções que a sua traça revela, quiçá com uma distribuição de valores gráficos mais equilibrada, dentro de um neo-classicismo ainda muito apegado ao formulário rococó. Apenas a força e exuberância do Pavilhão concebido por Robillion de fortes influências europeias francesas, austríacas - constitui nota mais avantajada e «evoluída» pois tudo o resto é bem português, nas escalas e no próprio espirito artístico.
Créditos: IPPAR
terça-feira, 29 de julho de 2008
Acontecimentos no ano de 1746
**-A colonização açoriana do Brasil
A colonização do Brasil por força de imigração sistemática, teve o seu início pouco anos depois do achamento, pois em 1532 uma expedição comandada por Martin Affonso de Souza, havia fundado uma primeira vila a que chamou São Vicente, que mais tarde se tornaria sede de próspera capitania.
Desde essa altura numerosos portugueses foram se estabelecendo ao longo do litoral brasileiro desde a foz do Amazonas até o estuário do Rio da Prata.
A emigração de casais açorianos para o Brasil começou no Século XVII, quando 50 familias constituídas por 219 pessoas embarcaram, no dia 29 de março de 1677, no barco Jesus, Maria e José em Horta, Ilha de Faial, com destino ao Grão Pará, atual Estado do Pará,.
A ideia era a fixação de famílias ao solo, para defender e povoar os actuias estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pois a Coroa estava convencida que a melhor maneira de garantir a posse da terra era povoa-la.
Em 31 de agosto de 1746, o rei D. João V de Portugal comunicou aos habitantes das ilhas dos Açores que a Coroa oferecia uma série de vantagens aos casais ilhéus que decidissem emigrar para o litoral do sul do Brasil.
As vantagens do convite eram evidentes:
- "haverá um grande alívio nas ilhas porque elas não mais verão padecer os seus moradores, uma vez que vão diminuir os males da indigência em que todos vivem;"
- "haverá um grande benefício para o Brasil, já que os imigrantes irão cultivar terras ainda não exploradas."
O edital acenava com uma série de mordomias, a partir do "transporte gratuito até os sitios que se lhes destinarem para as suas habitações. e logo que chegarem aos sitios que haverão de habitar, se dará a cada casal uma espingarda, duas enxadas, um machado, uma enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas, uma serra com sua lima e travadeira, dois alqueires (27,5 litros) de sementes, duas vacas e uma égua.
No primeiro ano se lhes dará a farinha, que se entende bastar para o sustento, assim dos homens como das mulheres, mas não às crianças que não tiverem 7 anos e, aos que tiverem até os 14, se lhes dará quarta e meia de alqueire para cada mês.
Se dará a cada casal um quarto de légua em quadra, para principiar as suas culturas, sem que se lhes levem direitos nem salários algum por esta sesmaria. E quando, pelo tempo adiante tiverem família com que possam cultivar mais terra, a poderão pedir ao governador do distrito".
Estabeleceu-se que esses casais açorianos seria colocados em Santa Catarina e nas suas vizinhanças, "em que a fertilidade da terra, abundância de gados e grande quantidade de peixes conduzem muito para a comodidade e fartura desses novos habitantes".
Em menos de um ano, 7.817 pessoas declararam o desejo de se transferirem para o outro lado do Atlântico.
Desde essa altura numerosos portugueses foram se estabelecendo ao longo do litoral brasileiro desde a foz do Amazonas até o estuário do Rio da Prata.
A emigração de casais açorianos para o Brasil começou no Século XVII, quando 50 familias constituídas por 219 pessoas embarcaram, no dia 29 de março de 1677, no barco Jesus, Maria e José em Horta, Ilha de Faial, com destino ao Grão Pará, atual Estado do Pará,.
A ideia era a fixação de famílias ao solo, para defender e povoar os actuias estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, pois a Coroa estava convencida que a melhor maneira de garantir a posse da terra era povoa-la.
Em 31 de agosto de 1746, o rei D. João V de Portugal comunicou aos habitantes das ilhas dos Açores que a Coroa oferecia uma série de vantagens aos casais ilhéus que decidissem emigrar para o litoral do sul do Brasil.
As vantagens do convite eram evidentes:
- "haverá um grande alívio nas ilhas porque elas não mais verão padecer os seus moradores, uma vez que vão diminuir os males da indigência em que todos vivem;"
- "haverá um grande benefício para o Brasil, já que os imigrantes irão cultivar terras ainda não exploradas."
O edital acenava com uma série de mordomias, a partir do "transporte gratuito até os sitios que se lhes destinarem para as suas habitações. e logo que chegarem aos sitios que haverão de habitar, se dará a cada casal uma espingarda, duas enxadas, um machado, uma enxó, um martelo, um facão, duas facas, duas tesouras, duas verrumas, uma serra com sua lima e travadeira, dois alqueires (27,5 litros) de sementes, duas vacas e uma égua.
No primeiro ano se lhes dará a farinha, que se entende bastar para o sustento, assim dos homens como das mulheres, mas não às crianças que não tiverem 7 anos e, aos que tiverem até os 14, se lhes dará quarta e meia de alqueire para cada mês.
Se dará a cada casal um quarto de légua em quadra, para principiar as suas culturas, sem que se lhes levem direitos nem salários algum por esta sesmaria. E quando, pelo tempo adiante tiverem família com que possam cultivar mais terra, a poderão pedir ao governador do distrito".
Estabeleceu-se que esses casais açorianos seria colocados em Santa Catarina e nas suas vizinhanças, "em que a fertilidade da terra, abundância de gados e grande quantidade de peixes conduzem muito para a comodidade e fartura desses novos habitantes".
Em menos de um ano, 7.817 pessoas declararam o desejo de se transferirem para o outro lado do Atlântico.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
D.Maria Bárbara rainha de Espanha
Com a morte de Filipe V a filha de D.João V , D.Maria Bárbara de Bragança pelo seu casamento com o Infante Fernando de Bourbon, torna-se Rainha de Espanha.
Tida como mulher de grande cultura, protectora das belas-artes, especialmente da música, teve como mestre Domenico Scarlatti, tendo rogado a seu pai quando do seu casamento, que deixasse Scarlatti partir para Madrid
Nomeado maestro de camera em 1746, da agora Rainha Maria Bárbara, ocupou esta posição até à sua morte, em 1757, formando com o seu mestre uma das duplas mais profícuas da história da música ocidental, já que a rainha era eximia com interprete do cravo.
Domenico Scarlatti nasceu em Nápoles no ano de 1685 (ano em que também nasceram Häendel e Bach), e morreu em Madrid em 1757, consagrado como um dos maiores compositores para cravo do séc. XVIII, a par de Bach e Couperin.
Scarlatti é um dos grandes, se não o maior virtuoso do período tardio do barroco. As sonatas que em Espanha viria a compor são testemunhos da grande capacidade de composição e execução de Scarlatti, e nelas inova de uma maneira nunca vista, introduzindo habilidades como mãos cruzadas, dando maior liberdade de composição e execução aos compositores vindouros.
A sua música é extremamente inventiva, e as suas sonatas para cravo são densas experiências auditivas, devido à sua complexidade. Um testemunho de um recital por Scarlatti afirmou que dentro do cravo se encontravam mil diabos, tal era a chama que saía daquele génio.
Sonata K 455
Tida como mulher de grande cultura, protectora das belas-artes, especialmente da música, teve como mestre Domenico Scarlatti, tendo rogado a seu pai quando do seu casamento, que deixasse Scarlatti partir para Madrid
Nomeado maestro de camera em 1746, da agora Rainha Maria Bárbara, ocupou esta posição até à sua morte, em 1757, formando com o seu mestre uma das duplas mais profícuas da história da música ocidental, já que a rainha era eximia com interprete do cravo.
Domenico Scarlatti nasceu em Nápoles no ano de 1685 (ano em que também nasceram Häendel e Bach), e morreu em Madrid em 1757, consagrado como um dos maiores compositores para cravo do séc. XVIII, a par de Bach e Couperin.
Scarlatti é um dos grandes, se não o maior virtuoso do período tardio do barroco. As sonatas que em Espanha viria a compor são testemunhos da grande capacidade de composição e execução de Scarlatti, e nelas inova de uma maneira nunca vista, introduzindo habilidades como mãos cruzadas, dando maior liberdade de composição e execução aos compositores vindouros.
A sua música é extremamente inventiva, e as suas sonatas para cravo são densas experiências auditivas, devido à sua complexidade. Um testemunho de um recital por Scarlatti afirmou que dentro do cravo se encontravam mil diabos, tal era a chama que saía daquele génio.
Sonata K 455
sábado, 21 de junho de 2008
Acontecimentos no ano de 1744
* A nomeação do marquês de Castelo Novo, para vice-rei da Índia
O preenchimento do cargo de vice-rei continuava a ser ocupado, pela principal nobreza, porque nisso via vantagens honoríficas e pecuniárias, mau grado o destacamento para paragens tão longínquas.
Porém desde a segunda nomeação do conde da Ericeira, que a preocupação do Rei e do Cardeal da Mota seu principal conselheiro, consistia em reduzir as despesas, que como se adivinha sempre torna menos interessante, este tipo de missões. Nomeadamente porque a redução do número de Companhias e a consequente redução de oficiais porque no dizer de Mota " a guerra regular na Índia, não necessita de tantos". Por consequência menos mercês que caberia também ao vice-rei satisfazer e provavelmente prometidas, deixariam de poder ser satisfeitas.
Talvez por isso quando D. Pedro de Almeida, foi notificado por carta da respectiva Secretaria de Estado, para o cargo de vice-rei da Índia, não colheu grande satisfação da parte desse dignatário da corte, nessa altura conde de Assumar, declarando-se "inconsolável, pelo desarranjo em que deixa a sua casa".
Tudo tentou em sua defesa, para se isentar dessa tarefa, relatando inclusivamente encargos com filhos e extensas e pesadas dívidas que deixava em sua casa.
O rei mostrou-se inflexível com a nomeação mas generoso com as mercês, aumentando a frota para três naus e concedendo tudo o que o conde achasse conveniente.
Naturalmente que a aceitação do cargo não pode deixar de acontecer. Verbas reforçadas para ajudar a resolver as problemas financeiros apresentados.
Recrutamentos à força não foram suficientes para as prometidas 3 naus, ficando-se por apenas 2 naus. Finalmente com a atribuição do título de marquês de Castelo Novo, se despediu do rei, tendo lhe este dito que " só dele fiava a restauração daquele Estado".
*-Auto de fé em Lisboa(21 de Junho)-Sentenciados 22 homens e 11 mulheres, acusados de maçónicos. Primeira sentença contra maçons radicados no país.
Como já disse o auto de fé, era um dos espectáculos favoritos do rei, nem nos anos da sua doença deixou de o fazer, porém dads as dificuldades de locomoção, D.João V ia de véspera para casa do inquisidor-geral o cardeal da Cunha ali pernoitando. tudo se fazendo para que o povo não se apercebesse da sua debilidade física.
Não houve por este motivo noticia se teria assistido a este.
O preenchimento do cargo de vice-rei continuava a ser ocupado, pela principal nobreza, porque nisso via vantagens honoríficas e pecuniárias, mau grado o destacamento para paragens tão longínquas.
Porém desde a segunda nomeação do conde da Ericeira, que a preocupação do Rei e do Cardeal da Mota seu principal conselheiro, consistia em reduzir as despesas, que como se adivinha sempre torna menos interessante, este tipo de missões. Nomeadamente porque a redução do número de Companhias e a consequente redução de oficiais porque no dizer de Mota " a guerra regular na Índia, não necessita de tantos". Por consequência menos mercês que caberia também ao vice-rei satisfazer e provavelmente prometidas, deixariam de poder ser satisfeitas.
Talvez por isso quando D. Pedro de Almeida, foi notificado por carta da respectiva Secretaria de Estado, para o cargo de vice-rei da Índia, não colheu grande satisfação da parte desse dignatário da corte, nessa altura conde de Assumar, declarando-se "inconsolável, pelo desarranjo em que deixa a sua casa".
Tudo tentou em sua defesa, para se isentar dessa tarefa, relatando inclusivamente encargos com filhos e extensas e pesadas dívidas que deixava em sua casa.
O rei mostrou-se inflexível com a nomeação mas generoso com as mercês, aumentando a frota para três naus e concedendo tudo o que o conde achasse conveniente.
Naturalmente que a aceitação do cargo não pode deixar de acontecer. Verbas reforçadas para ajudar a resolver as problemas financeiros apresentados.
Recrutamentos à força não foram suficientes para as prometidas 3 naus, ficando-se por apenas 2 naus. Finalmente com a atribuição do título de marquês de Castelo Novo, se despediu do rei, tendo lhe este dito que " só dele fiava a restauração daquele Estado".
*-Auto de fé em Lisboa(21 de Junho)-Sentenciados 22 homens e 11 mulheres, acusados de maçónicos. Primeira sentença contra maçons radicados no país.
Como já disse o auto de fé, era um dos espectáculos favoritos do rei, nem nos anos da sua doença deixou de o fazer, porém dads as dificuldades de locomoção, D.João V ia de véspera para casa do inquisidor-geral o cardeal da Cunha ali pernoitando. tudo se fazendo para que o povo não se apercebesse da sua debilidade física.
Não houve por este motivo noticia se teria assistido a este.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Retrato de D.João V por Pedro Rodrigues
Este desenho hoje recebido, que me foi enviado pelo amigo Pedro Rodrigues, reflecte na perfeição o meu entendimento do que pretendo este blogue assuma.
Não um espaço doutoral de "educação de massas", título para o qual não me acho competente, mas um espaço ao dispor de toda a gente que queira colaborar.
As únicas condições requeridas, são naturalmente e em primeiro lugar, se garanta o requisito mínimo de credibilidade, por forma a que se não torne este espaço inútil.
Em segundo lugar que os factos aqui referidos estejam datados, entre as datas da vigência do reinado neste caso de D. João V, entre os anos de 1707 e 1750, ano da sua morte.
As matérias aqui referidas, não necessitam de versar exclusivamente a História de Portugal, qualquer matéria acontecida no espaço cultural europeu ou não, tem sempre interesse ser referido. Por esta razão este blogue não fechará portas, nem se considerará esgotado com a morte de D. João.
O meu email encontra-se anunciado no meu perfil e desde já agradeço, todas as questões que me queiram colocar, ou colaboração que entendam por bem enviar.
Naturalmente que o que aqui digo no que ao âmbito do conteúdo da matéria a utilizar neste blog, é extensível a todos os outros "blogues reais" que tenho em aberto
Voltando á pintura remetida pelo amigo Pedro Rodrigues que me disse tratar-se "duma pinturinha que fiz em tempos d el-rei D. João V , inspirado nos retratos de Louis XIV feitos por Rigaud em 1710 ou 1715", lhe digo que acho muito interessante e aproveitando a sua autorização para a publicar, assim farei como terá ocasião de observar.
Os meus agradecimentos
quinta-feira, 15 de maio de 2008
A construção da Capela de São João Baptista
A construção da capela de S. João Baptista, na Igreja de São Roque dos jesuítas, em Lisboa, esta intimamente relacionada com a doença do rei.
Encomendada no ano anterior pelo rei ao representante português em Roma, Manuel Pereira de Sampaio, "para que se faça logo em desenho pelo melhor arquitecto".
Dava-se alguma liberdade ao arquitecto, mas impunham-se condições quanto à magnificência da obra e ao mesmo tempo de indicava que os painéis seriam entregues ao pintor Agostino Masucci, ao mesmo tempo que se pedia a máxima brevidade, sem se explicarem as razões para tal pressa mas por certo relacionada com a doença do Rei.
Começou a ser construída em 1743, desde a primeira hora sob a direcção do padre Carbone, a quem incumbiu a tarefa de cordenador deste projecto grandioso. Os arquitecto foram Nicola Salvi e Luigi Vanvitelli e a obra teve a particularidade de ser construída em Itália e posteriormente enviada para Lisboa. Em 1 de Setembro de 1747 chegaram a Lisboa os 3 navios que traziam diferentes objectos e materiais para a capela bem como operários especializados e que mais tarde viria a trabalhar em Mafra.
As obras começaram em Novembro de 1747 e a pressa que se lhe deu, fizeram que em Dezembro estavam já prontos os alicerces, mas tendo só sido concluída em 1750, muito embora os dois quadros do mosaico Baptismo de Cristo e Vinda do Espírito Santo, só tenham sido colocado em 1752
Caracteriza-se por um neo-classicismo rocaille. Na sua composição entram materiais preciosos como os bronzes dourados e variadas espécies de mármores.
Os anjos e os medalhões que embelezam o tecto são em mármore de Carrara.Os quadros laterais e o piso da capela são em mosaico.
A Capela veio enriquecida por belíssimas peças de culto; paramentos, alfaias litúrgicas, pinturas, peças de ourivesaria, rendas e livros, que compõem o núcleo museológico agregado à própria Igreja, e que são um valiosíssimo repositório de arte e sonho.
*
Encomendada no ano anterior pelo rei ao representante português em Roma, Manuel Pereira de Sampaio, "para que se faça logo em desenho pelo melhor arquitecto".
Dava-se alguma liberdade ao arquitecto, mas impunham-se condições quanto à magnificência da obra e ao mesmo tempo de indicava que os painéis seriam entregues ao pintor Agostino Masucci, ao mesmo tempo que se pedia a máxima brevidade, sem se explicarem as razões para tal pressa mas por certo relacionada com a doença do Rei.
Começou a ser construída em 1743, desde a primeira hora sob a direcção do padre Carbone, a quem incumbiu a tarefa de cordenador deste projecto grandioso. Os arquitecto foram Nicola Salvi e Luigi Vanvitelli e a obra teve a particularidade de ser construída em Itália e posteriormente enviada para Lisboa. Em 1 de Setembro de 1747 chegaram a Lisboa os 3 navios que traziam diferentes objectos e materiais para a capela bem como operários especializados e que mais tarde viria a trabalhar em Mafra.
As obras começaram em Novembro de 1747 e a pressa que se lhe deu, fizeram que em Dezembro estavam já prontos os alicerces, mas tendo só sido concluída em 1750, muito embora os dois quadros do mosaico Baptismo de Cristo e Vinda do Espírito Santo, só tenham sido colocado em 1752
Caracteriza-se por um neo-classicismo rocaille. Na sua composição entram materiais preciosos como os bronzes dourados e variadas espécies de mármores.
Os anjos e os medalhões que embelezam o tecto são em mármore de Carrara.Os quadros laterais e o piso da capela são em mosaico.
A Capela veio enriquecida por belíssimas peças de culto; paramentos, alfaias litúrgicas, pinturas, peças de ourivesaria, rendas e livros, que compõem o núcleo museológico agregado à própria Igreja, e que são um valiosíssimo repositório de arte e sonho.
*
segunda-feira, 5 de maio de 2008
A doença do rei e a ida às Caldas
De um modo geral pode dizer-se que D.João V foi uma pessoa saudável. Umas bexigas em criança, papeira já depois de casado e mais um ou outro problema menor era tudo o que a Gazeta de Lisboa, noticiara , acerca dos problemas da saúde do Rei.
A partir de 1740 porém, a correspondência real com o cardeal da Mota, começa este a queixar-se da sua saúde, nomeadamente da cabeça e de problema de visão.
Até que na tarde de 10 de Abril de 1742, "estando sua majestade a despachar lhe sobreveio um estupor que o privou dos sentidos e ficou leso da parte esquerda e com a boca à banda", segundo noticiou uma gazeta manuscrita.
Por entre orações e devoções no convento da Madre de Deus, por parte da Rainha, sangramentos e recomendações do cardeal-patriarca as igrejas e conventos, ordenando preces públicas com o Santíssimo exposto, pelas melhoras de El-rei.
Mais dum mês de procissões e preces diversas, não trouxeram ao Rei, qualquer tipo de melhoras, mas mantendo-se contudo o seu estado estacionário, que se deveu segundo se disse na época à sua boa robustez física sem a qual teria por certo passado à sepultura.
A versão oficial, do estado do rei, contrariava a que corria na família a avaliar pela correspondência de D.Mariana Vitória com sua mãe a Rainha de Espanha, onde relatava que pelo menos momentaneamente D.João V não se encontrava em seu juízo perfeito e noutras ocasiões falando mais do que devia, sobretudo quando falava de episódios inconvenientes da sua vida.
Resolve então partir para banhos nas Caldas, não sem antes ter retribuído com generosas quantias às entidades que por ele oraram, promoveram as procissões ou a colocação de imagens santas no Paço Real.
As águas das Caldas eram aconselhadas para um grande número de maleitas, desde convulsões a queixas de cabeça e estômago a esperança de todos é que também pudesse trazer melhorias à paralisia que afectava o Rei.
Os preparativos da deslocação foram apressados, porque não se tratava só da deslocação do Rei, mas dum conjunto de pessoas que faziam parte da corte, incluindo os respectivos criados.
A sua permanência nas Caldas nesta primeira fase duraria cerca dum mês, só regressando a Lisboa no dia 17 de Agosto.
A partir de 1740 porém, a correspondência real com o cardeal da Mota, começa este a queixar-se da sua saúde, nomeadamente da cabeça e de problema de visão.
Até que na tarde de 10 de Abril de 1742, "estando sua majestade a despachar lhe sobreveio um estupor que o privou dos sentidos e ficou leso da parte esquerda e com a boca à banda", segundo noticiou uma gazeta manuscrita.
Por entre orações e devoções no convento da Madre de Deus, por parte da Rainha, sangramentos e recomendações do cardeal-patriarca as igrejas e conventos, ordenando preces públicas com o Santíssimo exposto, pelas melhoras de El-rei.
Mais dum mês de procissões e preces diversas, não trouxeram ao Rei, qualquer tipo de melhoras, mas mantendo-se contudo o seu estado estacionário, que se deveu segundo se disse na época à sua boa robustez física sem a qual teria por certo passado à sepultura.
A versão oficial, do estado do rei, contrariava a que corria na família a avaliar pela correspondência de D.Mariana Vitória com sua mãe a Rainha de Espanha, onde relatava que pelo menos momentaneamente D.João V não se encontrava em seu juízo perfeito e noutras ocasiões falando mais do que devia, sobretudo quando falava de episódios inconvenientes da sua vida.
Resolve então partir para banhos nas Caldas, não sem antes ter retribuído com generosas quantias às entidades que por ele oraram, promoveram as procissões ou a colocação de imagens santas no Paço Real.
As águas das Caldas eram aconselhadas para um grande número de maleitas, desde convulsões a queixas de cabeça e estômago a esperança de todos é que também pudesse trazer melhorias à paralisia que afectava o Rei.
Os preparativos da deslocação foram apressados, porque não se tratava só da deslocação do Rei, mas dum conjunto de pessoas que faziam parte da corte, incluindo os respectivos criados.
A sua permanência nas Caldas nesta primeira fase duraria cerca dum mês, só regressando a Lisboa no dia 17 de Agosto.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Portugal e a guerra da sucessão na Áustria(1741-1748)
Esta primeira metade do século XVIII, foi dum modo geral marcado, no plano internacional, por permanentes conflitos entre as coroas inglesa e espanhola. Tudo girava à volta do comércio marítimo e da consequente rivalidade de interesses, que dava origem em sem número de conflitos.
Era muito difícil para Portugal guarda uma posição de neutralidade, sempre que esses conflitos surgia, por uma lado a Espanha apelava à solidariedade ibérica e à proximidade familiar das casa reais, por outro a Inglaterra sempre invocava a velha questão da aliança e das vezes que havia socorrido contra algumas arbitrariedades espanholas.
Por coincidência outra questão muito mais importante abalou na altura a Europa, passando para segundo plano o irritante e permanente conflito hispano-britânico.Falo da guerra de sucessão do trono austríaco , que logo neste ano de 1740 eclodiu originado pela morte do Imperador Carlos VI.
O estado alemão era realmente uma federação de estados, que elegiam entre si um deles como Imperador cuja corte se situava em Viena de Áustria. Raro era porém a vez que a morte dum imperador não provocasse alguma agitação mais ou menos violente entre os seus Estados, envolvendo muitas vezes outros países, exteriores ao Império, mas cujos soberanos, normalmente parentais se achavam com direito a reclamar esse ceptro.
Pela Pragmática sansão, Carlos VI assegurou a sua sucessão a sua filha Maria Teresa, casada como Francisco de Lorena, duque de Toscana. Gerou-se em torno desta questão imensa polémica e conflito de interesses de difícil sintese, mas que envolviam igualmente primas de Maria Teresa filhas de D.José I a quem Carlos VI havia sucedido.
Atalhando razões o certo é que com o apoio de Frederico II da Prússia e dos franceses, o eleitor da Baviera, Carlos Alberto é nomeado Imperador com o nome de Carlos VII. Esta vitória traduzia-se igualmente numa derrota da Inglaterra o do governo do ministro Walpole, apoiante de Maria Teresa.
Esta guerra que ficou conhecida pela guerra da Sucessão na Áustria, irá estender-se até ao ano de 1748 e se bem que tenha envolvido grande parte das nações europeias nesse conflito, além de afastar, como disse a premência incomodativa para Portugal, dos referidos conflitozinhos permanentes entre a Inglaterra e Espanha, veio pela conjugação de vários factores, que se tentarão explicar em futuros post, dar a Portugal a oportunidade para, além de se manter neutral, poder assumir o importante papel de medianeiro da paz, que poderia elevar o conceito de Portugal no resto da Europa.
Virá a ser assim ?
Era muito difícil para Portugal guarda uma posição de neutralidade, sempre que esses conflitos surgia, por uma lado a Espanha apelava à solidariedade ibérica e à proximidade familiar das casa reais, por outro a Inglaterra sempre invocava a velha questão da aliança e das vezes que havia socorrido contra algumas arbitrariedades espanholas.
Por coincidência outra questão muito mais importante abalou na altura a Europa, passando para segundo plano o irritante e permanente conflito hispano-britânico.Falo da guerra de sucessão do trono austríaco , que logo neste ano de 1740 eclodiu originado pela morte do Imperador Carlos VI.
O estado alemão era realmente uma federação de estados, que elegiam entre si um deles como Imperador cuja corte se situava em Viena de Áustria. Raro era porém a vez que a morte dum imperador não provocasse alguma agitação mais ou menos violente entre os seus Estados, envolvendo muitas vezes outros países, exteriores ao Império, mas cujos soberanos, normalmente parentais se achavam com direito a reclamar esse ceptro.
Pela Pragmática sansão, Carlos VI assegurou a sua sucessão a sua filha Maria Teresa, casada como Francisco de Lorena, duque de Toscana. Gerou-se em torno desta questão imensa polémica e conflito de interesses de difícil sintese, mas que envolviam igualmente primas de Maria Teresa filhas de D.José I a quem Carlos VI havia sucedido.
Atalhando razões o certo é que com o apoio de Frederico II da Prússia e dos franceses, o eleitor da Baviera, Carlos Alberto é nomeado Imperador com o nome de Carlos VII. Esta vitória traduzia-se igualmente numa derrota da Inglaterra o do governo do ministro Walpole, apoiante de Maria Teresa.
Esta guerra que ficou conhecida pela guerra da Sucessão na Áustria, irá estender-se até ao ano de 1748 e se bem que tenha envolvido grande parte das nações europeias nesse conflito, além de afastar, como disse a premência incomodativa para Portugal, dos referidos conflitozinhos permanentes entre a Inglaterra e Espanha, veio pela conjugação de vários factores, que se tentarão explicar em futuros post, dar a Portugal a oportunidade para, além de se manter neutral, poder assumir o importante papel de medianeiro da paz, que poderia elevar o conceito de Portugal no resto da Europa.
Virá a ser assim ?
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Acontecimentos no ano de 1740
- A acção do marquês do Louriçal na Índia
Pela segunda vez D.Luís de Menezes embarca em Lisboa com destino à Índia para cumprir o mandato de Vice-rei.
Embarca no dia 7 de Maio de 1740, já com o título de Marquês do Louriçal, chefiando um esquadra de 7 naus de guerra, que transportavam 2000 soldados e dezasseis peças de artilharia de um novo sistema que disparavam 20 tiros por minuto, invenção segundo se supõe, dum oficial dinamarquês Jacob Weinholtz, residente em Portugal.
*** Comentário enviado por Luís Bívar ****
Jacob Weinholtz, inventor, "segundo se supõe",das peças de artilharia que davam 20 tiros por minuto, era o Coronel de Artilharia, com o exercício de engenheiro, Friedrich Jakob von Weinholtz (1700-1752 ), nascido em Rendsbourg, no Sleswig-Holstein, então integrado na Dinamarca,pertencente a uma das principais famílias nobres daquele ducado, que há gerações se vinha distinguindo na engenharia militar.Friedrich von Weinholtz servira nos exércitos de Frederico IV da Dinamarca e do Imperador Carlos VI, nas campanhas contra Carlos XII da Suécia, tendo participado em 15 campanhas, 4 batalhas campais e 1 naval, 4 desembarques, 7 sítios, 2 bloqueios e em diversos choques. Em 1736, servia no exército do Feld Marechal Friedrich Heron, Conde de Seckendorf, ao qual assistiu na batalha do Mosela.Foi, nessa altura convidado por D. João V, através do Embaixador D. Luis da Cunha, para servir em Portugal. Pouco depois seria o primeiro comandante do recém-criado Regimento de Artilharia da Corte, aquartelado no forte de São Julião da Barra.
Sua mulher, Marie Elisabeth, era Wedderkop, família cuja figura mais conhecida foi Magnus von Wedderkop, Senhor de Steinhorst, Conselheiro de estado e Primeiro Ministro dos Duques Frederico e Carlos Frederico de Holstein.
É vasta a bibliografia histórica e tecnica sobre as invenções de Weinholtz, conhecidas interna e internacionalmente por "Artilharia Weinholtz". Cito, no entanto, uma fonte que refere os sucessos operados na India com a utilização das peças "Weinholtz":in "Alemães na India nos séculos XV a XVIII" de J.B.Amancio Gracias, pags. 85 a 87 (BNL-cota H.G.28666 V)
**** fim de comentário *****
A viagem foi tormentosa só chegaram a Mormugão um ano depois, mas não perderam tempo pois em 13 de Junho desse ano tomam de assalto a fortaleza de Coquem e forçam a rendição de Colsala, dando início a uma rápida e convincente recuperação territorial, retomando Bardez e Salsete, conseguindo depois disso, forçar Bounsoló à rendição e a pedir a paz e obrigando-o a devolver Sanguem e Pondá.
Não durou muito a acção do marquês do Louriçal, pois viria a falecer em Goa a 12 de Junho de 1742, apenas 13 meses de exercício de poder.
Viria a ser substituído 2 anos mais tarde por D.Pedro Miguel de Almeida nessa altura marquês de Castelo Novo e futuro marquês de Alorna.
- Início da construção da Igreja do Senhor Jesus da Pedra em Óbidos
O risco da obra é de autoria do Arq. Capitão Rodrigo Franco (da Mitra Patriarcal) e tem a particularidade de articular um volume cilíndrico (exterior) com um polígono hexagonal (interior), em planta centrada à qual se anexam três corpos (dois correspondentes às torres e outro que corresponde à sacristia).
No seu programa de simetrias destaca-se o jogo de janelas invertidas. O seu interior apresenta três capelas: a capela-mor dedicada ao Calvário, com uma tela de André Gonçalves, e as capelas laterais dedicadas a Nossa Senhora da Conceição e à Morte de São José, com telas de José da Costa Negreiros.
A "estranha" imagem de pedra de Cristo Crucificado, em maquineta própria no Altar-Mor, esteve até à inauguração do Santuário recolhida numa pequena ermida junto à estrada para Caldas da Rainha onde era objecto de grande devoção, nomeadamente do Rei D. João V.
Créditos : Município de Óbidos
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Grandes perdas territoriais na Índia(1732-1740)
Após o regresso de Saldanha da Gama a Portugal, deixando o cargo de Governador Geral da Índia, marcado pela perda de Mombaça, ainda que reconhecidamente sem culpa, com os créditos dum governo dos mais brilhantes naquele território, foi nomeado como Vice-rei em 1732, D.Pedro de Mascarenhas, conde de Sandomil, já com a idade de 62 anos, muito embora a sua folha de serviços de brilhante militar, tenha induzido D.João V a esperar dele um governo enérgico, de acordo com as exigências do momento.
Porém o governo da Índia viria a revelar-se já excessivamente pesado e complexo para a sua idade.
Os maratas, (que em sentido lato se refere ao povo do Decão ocidental (Maharxtra), é na acepção restrita, a tribo militar histórica dessa região,e que constitui uma casta), achavam-se no apogeu da sua força e da sua arrogância e os seus marajás eral nessa época os maiores inimigos dos povos ocidentais.
Foi efectivamente desastroso porque em 1739 se perdeu Baçaim, cidade tão importante que lhe chamavam a corte do Norte; perdeu-se a Ilha de Karanjá, Trapor, Sarapour,Tana
Foi desde então que, na costa norte, Portugal ficaria apenas com Damão e Diu.
A invasão dos maratas, que assolaram as terras de Bardez e de Salsete, que puseram Goa em risco de se perder e as vitórias do pirata Angriá que em 1740 destruiu a esquadra portuguesa, completaram a série de infortúnios que assinalaram o governo do conde de Sandomil, que durou de 1732 a 1739
As causas principais desses desastres, foi a inércia e desleixo do governo de Lisboa, a falta de energia do vice-rei, a guerra surda que lhe promovia o arcebispo francês, que era um homem intolerável, e as intrigas dos ingleses, também eles interessados em acabar com a cocorrência que significava a presença portuguesa na Índia
A 18 de Maio de 1741 entregou o governo ao seu sucessor, o marquês de Louriçal, que como se verá viria a conseguir estancar as percas registadas pelo anterior vice-rei.
O rei levou muito a sério o cumprimento desta lei chegando a repreender os dignatários que não a respeitassem ou a não fizessem respeitar, aceitando por exemplo o tratamento por Senhoria quando a ele não tinham direito.
Porém o governo da Índia viria a revelar-se já excessivamente pesado e complexo para a sua idade.
Os maratas, (que em sentido lato se refere ao povo do Decão ocidental (Maharxtra), é na acepção restrita, a tribo militar histórica dessa região,e que constitui uma casta), achavam-se no apogeu da sua força e da sua arrogância e os seus marajás eral nessa época os maiores inimigos dos povos ocidentais.
Foi efectivamente desastroso porque em 1739 se perdeu Baçaim, cidade tão importante que lhe chamavam a corte do Norte; perdeu-se a Ilha de Karanjá, Trapor, Sarapour,Tana
Foi desde então que, na costa norte, Portugal ficaria apenas com Damão e Diu.
A invasão dos maratas, que assolaram as terras de Bardez e de Salsete, que puseram Goa em risco de se perder e as vitórias do pirata Angriá que em 1740 destruiu a esquadra portuguesa, completaram a série de infortúnios que assinalaram o governo do conde de Sandomil, que durou de 1732 a 1739
As causas principais desses desastres, foi a inércia e desleixo do governo de Lisboa, a falta de energia do vice-rei, a guerra surda que lhe promovia o arcebispo francês, que era um homem intolerável, e as intrigas dos ingleses, também eles interessados em acabar com a cocorrência que significava a presença portuguesa na Índia
A 18 de Maio de 1741 entregou o governo ao seu sucessor, o marquês de Louriçal, que como se verá viria a conseguir estancar as percas registadas pelo anterior vice-rei.
- Janeiro,29-Lei dos tratamentos
O rei levou muito a sério o cumprimento desta lei chegando a repreender os dignatários que não a respeitassem ou a não fizessem respeitar, aceitando por exemplo o tratamento por Senhoria quando a ele não tinham direito.
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28-Ano de 1739,
28.01Grandes perdas territoriais na Índia(1732-1740),
28.02- Lei dos Tratamentos,
India,
z-Conde Sandomil,
z-Marquês do Louriçal
quarta-feira, 26 de março de 2008
Acontecimentos no ano de 1737
Este ano foi o das reconciliações, primeiramente com a Espanha em 16 de Março, por mediação da Inglaterra e da Holanda.
O conflito que envolveu um conflito menor com o embaixador português em Madrid foi descrito no meu post abaixo referido
Um incidente menor que poderia ter desencadeado uma guerra
este tratado seria o percursor do Tratado de Madrid, uma convenção assinada entre Portugal e Espanha, em 13 de janeiro de 1750, para assentar as fronteiras das possessões na América do Sul.
Também por esta altura foram reatadas as relações diplomáticas com a França, D.Luís da Cunha é nomeado embaixador em França e o marquês de Argenson embaixador em Portugal.
Foi mais demorado o reatamento das relações com a França, provavelmente por não ter havido o empenho inglês, como no caso espanhol
Pode rever-se o conflito clicando aqui.
O conflito que envolveu um conflito menor com o embaixador português em Madrid foi descrito no meu post abaixo referido
Um incidente menor que poderia ter desencadeado uma guerra
este tratado seria o percursor do Tratado de Madrid, uma convenção assinada entre Portugal e Espanha, em 13 de janeiro de 1750, para assentar as fronteiras das possessões na América do Sul.
Também por esta altura foram reatadas as relações diplomáticas com a França, D.Luís da Cunha é nomeado embaixador em França e o marquês de Argenson embaixador em Portugal.
Foi mais demorado o reatamento das relações com a França, provavelmente por não ter havido o empenho inglês, como no caso espanhol
Pode rever-se o conflito clicando aqui.
- António José da Silva o Judeu-apresentação das Guerras do Alecrim e Manjerona no mesmo ano de nova prisão
Em 1737, denunciado por uma escrava, foi levado novamente às barras da Inquisição em companhia da mulher e da filha. E, ao fim de dois anos, acabou sentenciado a morrer degolado e queimado em auto-de-fé, em cadafalso armado no Terreiro do Trigo.
Até ser preso pela Inquisição, António José viu encenadas várias peças em Lisboa, a mais famosa a ópera Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737), inspirada nos conflitos entre os ranchos de Coimbra, a única obra teatral ambientada em Portugal e impressa pouco antes de ser levada à cena.
Até ser preso pela Inquisição, António José viu encenadas várias peças em Lisboa, a mais famosa a ópera Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737), inspirada nos conflitos entre os ranchos de Coimbra, a única obra teatral ambientada em Portugal e impressa pouco antes de ser levada à cena.
terça-feira, 18 de março de 2008
Acontecimentos no ano de 1736
- Alvará criando 3 secretarias de Estado
Desde logo, D João V encontrou na estrutura administrativa concebida pelos seus antecessores um obstáculo ao projecto de centralização dos mecanismos de decisão e execução das ordens régias. Com efeito, a orgânica administrativa obedecia a um complicado mecanismo burocrático que, ao invés de tornar mais célere e eficiente o papel da administração central, concorria não só para a sua ineficácia como para a subsistência das instituições típicas da época feudal.
O monarca, pela sua carta de 28 de Julho de 1736, reorganizou as três Secretarias, designando-as todas de "Estado": Secretaria de Estado dos Negócios Interiores do Reino, Secretaria de Estado da Marinha e Domínios Ultramarinos e Secretaria de Estado dos Estrangeiros e Guerras. Esta reestruturação correspondeu a um maior grau de especialização das pastas governamentais, bem como à definição mais precisa das atribuições de cada uma das Secretarias.
A função desempenhada pelos Secretários de Estado revestiu-se, ao tempo de D. João V, de maior prestígio e protagonismo políticos. Equiparados aos mais altos dignitários do reino, aqueles Secretários passaram a ter voto no Conselho de Estado e a ocupar um lugar cada vez mais proeminente junto do soberano, influenciando, desde então, a tomada de decisão em relação aos negócios que tutelavam através das respectivas secretarias.
Os Secretários de Estado acabaram mesmo por afastar os conselheiros de Estado do despacho ordinário dos negócios, tendo a actividade do Conselho diminuído francamente durante o reinado de D. João V. Por seu turno, as Secretarias de Estado foram absorvendo as competências que dantes eram apanágio dos diversos Conselhos, concorrendo, assim, para a sua gradual desvalorização política.
- Fevereiro,28-Decreto que obriga que o transporte de ouro, diamantes e outras pedras preciosas do Brasil, tenham que ser obrigatoriamente transportadas nos cofres das frotas
- Julho,15-Morte em Lisboa de D. Francisca Josefa (nasceu em Lisboa, a 30 de Janeiro de 1699) 8º filho de D.Pedro II, está sepultada no Mosteiro de S. Vicente de Fora). Morreu solteira.
- Agosto,03-Morte na quinta de Belas de D. Manuel José Francisco António Caetano Estêvão Bartolomeu (nasceu. em Lisboa, a 3 de Agosto de 1697),7º filho de D.Pedro II. Faleceu no mesmo dia do seu nascimento e está sepultado no Mosteiro de S. Vicente de Fora.. Morreu solteiro e sem descendência.
- Outubro,07- Nascimento de D. Maria Ana Francisca Josefa, faleceu no Rio de Janeiro, a 16 de Maio de 1813, 2º filho de D.João V, está sepultada no Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento, em Lisboa.
segunda-feira, 3 de março de 2008
Estreia da primeira ópera portuguesa(1733)
La pacienza di Socrate, foi a primeira ópera, escrita por um autor português Francisco António de Almeida, estreou nos Paços da Ribeira, no Carnaval de 1733.
Este compositor foi um foi um dos que pertenceram ao pequeno grupo de compositores portugueses enviados para Roma a expensas da corte de D. João V, com a finalidade de se aperfeiçoarem na arte da música.
Francisco de Almeida representa sem dúvida "o estrangeirado": a sua música é puramente italiana. Francisco António de Almeida viveu na primeira metade do séc. XVIII.
Embora não se saibam ao certo as datas correctas do seu nascimento e da sua morte, tudo leva a crer que tenha nascido por volta de 1700 ou 1702 e que a sua morte tenha ocorrido por volta de 1755.
Foi, com António Teixeira, Joaquim Vale Mexelim e João Rodrigues Esteves, um dos primeiros pensionistas enviados a Roma por D. João V para estudar música italiana. Aí permaneceu durante 6 anos entre 1720 e 1726.
Dois anos depois, no Carnaval de 1735, Almeida apresentou, também nos Paços da Ribeira, a ópera “La Finta Pazza”, a que se seguiu no Carnaval de 1739 a ópera cómica “La Spinalba overo Il Vecchio Matto”. “La Spinalba”, cujo estilo elegante e extremamente expressivo nos faz recordar “La Serva Padrona” de Pergolegi, foi a única ópera de Francisco António de Almeida que chegou até nós completa.
Inúmeras obras suas de carácter religioso perderam-se provavelmente com o terramoto de 1755.
Ainda no domínio da música religiosa Francisco António de Almeida compôs duas oratórias “Il Pendimento de David” e “La Giuditta”, esta última inspirada no livro apócrifo do Velho Testamento e a única que chegou até nós.
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Edificada entre 1728 e 1733, em substituição de uma outra erigida em 1561, a Torre da Universidade foi desenhada pelo arquitecto romano António Canevari, a trabalhar em Portugal ao serviço de D. João V, constituindo a primeira das torres universitárias europeias.
Elegante e raro exemplar de torre barroca de carácter civil, de sobriedade clássica, aloja, além dos relógios, os sinos que regulam o funcionamento ritual da Universidade.
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O estabelecimento dos Franciscanos no Porto data de 1223, ano de um documento doando terrenos para a construção do convento. Por querelas com o bispo, as obras só terão arrancado definitivamente em 1244, prolongando-se pelo século XIII.
Desse primitivo conjunto nada chegou até hoje, já que no século XV o convento foi integralmente reformulado, concluindo-se entre 1410 e 1425.
Originalmente a cobertura era em abóbada de cruzaria de ogivas, mas foi nesta altura totalmente revestida por uma solução em talha dourada.
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Este compositor foi um foi um dos que pertenceram ao pequeno grupo de compositores portugueses enviados para Roma a expensas da corte de D. João V, com a finalidade de se aperfeiçoarem na arte da música.
Francisco de Almeida representa sem dúvida "o estrangeirado": a sua música é puramente italiana. Francisco António de Almeida viveu na primeira metade do séc. XVIII.
Embora não se saibam ao certo as datas correctas do seu nascimento e da sua morte, tudo leva a crer que tenha nascido por volta de 1700 ou 1702 e que a sua morte tenha ocorrido por volta de 1755.
Foi, com António Teixeira, Joaquim Vale Mexelim e João Rodrigues Esteves, um dos primeiros pensionistas enviados a Roma por D. João V para estudar música italiana. Aí permaneceu durante 6 anos entre 1720 e 1726.
Dois anos depois, no Carnaval de 1735, Almeida apresentou, também nos Paços da Ribeira, a ópera “La Finta Pazza”, a que se seguiu no Carnaval de 1739 a ópera cómica “La Spinalba overo Il Vecchio Matto”. “La Spinalba”, cujo estilo elegante e extremamente expressivo nos faz recordar “La Serva Padrona” de Pergolegi, foi a única ópera de Francisco António de Almeida que chegou até nós completa.
Inúmeras obras suas de carácter religioso perderam-se provavelmente com o terramoto de 1755.
Ainda no domínio da música religiosa Francisco António de Almeida compôs duas oratórias “Il Pendimento de David” e “La Giuditta”, esta última inspirada no livro apócrifo do Velho Testamento e a única que chegou até nós.
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- Conclusão da torre da Universidade de Coimbra
Edificada entre 1728 e 1733, em substituição de uma outra erigida em 1561, a Torre da Universidade foi desenhada pelo arquitecto romano António Canevari, a trabalhar em Portugal ao serviço de D. João V, constituindo a primeira das torres universitárias europeias.
Elegante e raro exemplar de torre barroca de carácter civil, de sobriedade clássica, aloja, além dos relógios, os sinos que regulam o funcionamento ritual da Universidade.
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- Revestimento total da abóbada da Igreja de São Francisco no Porto em talha dourada
O estabelecimento dos Franciscanos no Porto data de 1223, ano de um documento doando terrenos para a construção do convento. Por querelas com o bispo, as obras só terão arrancado definitivamente em 1244, prolongando-se pelo século XIII.
Desse primitivo conjunto nada chegou até hoje, já que no século XV o convento foi integralmente reformulado, concluindo-se entre 1410 e 1425.
Originalmente a cobertura era em abóbada de cruzaria de ogivas, mas foi nesta altura totalmente revestida por uma solução em talha dourada.
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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Acontecimentos no ano de 1732
- Reatamento das relações com a Santa Sé
Em 24 de Setembro de 1731 o papa Clemente XII, acaba com o conflito existente com D.João V e concede finalmente o cardinalato ao ex.núncio em Lisboa Monsenhor Bichi, que tinha estado na origem do corte de relações com a Santa Sé em 1728 no pontificado de Bento XIII, como havia sido referido em
Corte de relações com o Vaticano
O reatamento das relações foi confirmado com a chegada a Lisboa do novo núncio em Setembro de 1732.
- Março,10- Proibição da vinda para Portugal de mulheres residentes no Brasil
A necessidade de povoar o vasto território do Brasil, fazia com que Portugal desenvolvesse uma política contrária ao envio de mulheres jovens para os conventos. Em 1721, o Conde de Assumar, capitão general de São Paulo e das terras de Minas, chamou a atenção das autoridades de Lisboa a respeito da saída de jovens donzelas que eram enviadas para os conventos de Portugal
. Isto, na sua opinião, prejudicava o povoamento da colónia, onde as mulheres brancas eram poucas.
Daí resultou o alvará· de 1732, no qual D. João V proibia a saída de mulheres para o reino, sem sua autorização. Elas deveriam permanecer no Brasil e casar para povoar a terra; não havia lugar para mulheres solteiras na Améica portuguesa.
- Abril-Inicia-se a construção da Igreja dos Clérigos no Porto.
A primeira pedra da igreja é lançada no dia 23 de Junho de 1732, justamente na presença do arquitecto Nicolau Nasoni, tocando todos os sinos dos diferentes templos da cidade ao mesmo tempo para comemorar esse facto.
As obras começaram a seguir a bom ritmo, mas ao fim de algum tempo ficaram totalmente paradas. A razão deveu-se provavelmente a várias intrigas movidas pelo pároco de Santo Ildefonso, preocupado com a ocorrência que o novo templo vinha a estabelecer.
A expulsão do mestre pedreiro António Pereira, aliado do referido pároco e a sua substituição por Miguel Francisco da Silva não alterou grandemente o estado das obras
As obras começaram a seguir a bom ritmo, mas ao fim de algum tempo ficaram totalmente paradas. A razão deveu-se provavelmente a várias intrigas movidas pelo pároco de Santo Ildefonso, preocupado com a ocorrência que o novo templo vinha a estabelecer.
A expulsão do mestre pedreiro António Pereira, aliado do referido pároco e a sua substituição por Miguel Francisco da Silva não alterou grandemente o estado das obras
- Setembro,16-Explosão do paiol de munições de Campo Maior, devido à queda dum raio que provocou inúmeros mortos e feridos e grande prejuízos.
O castelo de Campo Maior, visto do jardim do Palácio Visconde de Olivã. Parecendo um castelo medieval, foi, na realidade, reconstruído no século XVIII. Em 1732, a torre de menagem que albergava o paiol das munições, foi atingida por um raio, seguiu-se uma grande explosão que destruiu a maior parte do castelo medieval e grande parte da vila.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Corte de relações com o Vaticano(
Como era usual naquele tempo, os barretes cardinalício eram concedidos por sugestão dos reis, numa manifestação de independência face ao Papa, mas de certo modo pressionados por Espanha, o Papa tenta impedir a afirmação de independência da Igreja Católica em Portugal.
Por essa razão não é elevada a Cardeal o antigo núncio monsenhor Bichi, conforme pretendia D.João V, preferindo indicar para cardeal Monsenhor Firrão.
Na sequência desse incidente D. João V acabou por corta relações com o Vaticano retirando de Roma o representante português André de Melo e Castro, sendo expulsos de Portugal todos os súbditos do Papa.
A morte do Arcebispo de Braga D.Rodrigo de Moura Telles em Setembro deste ano, trouxe para a Igreja bracarense em período de Vacante, motivada por esse corte de relações.
Também o arcebispado de Braga, era ocupada por um Arcebispo indicado pelo Rei e confirmado pelo Papa o que dadas as circunstâncias também não aconteceu, durante 3 anos, tanto quanto duro o corte das referidas relações, mantendo-se então a Arquidiocese governada durante esse espaço de anos pelo Cabido.
Por essa razão não é elevada a Cardeal o antigo núncio monsenhor Bichi, conforme pretendia D.João V, preferindo indicar para cardeal Monsenhor Firrão.
Na sequência desse incidente D. João V acabou por corta relações com o Vaticano retirando de Roma o representante português André de Melo e Castro, sendo expulsos de Portugal todos os súbditos do Papa.
A morte do Arcebispo de Braga D.Rodrigo de Moura Telles em Setembro deste ano, trouxe para a Igreja bracarense em período de Vacante, motivada por esse corte de relações.
Também o arcebispado de Braga, era ocupada por um Arcebispo indicado pelo Rei e confirmado pelo Papa o que dadas as circunstâncias também não aconteceu, durante 3 anos, tanto quanto duro o corte das referidas relações, mantendo-se então a Arquidiocese governada durante esse espaço de anos pelo Cabido.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Acontecimentos no ano de 1725
Na sequência dum incidente em que o embaixador francês o abade de Livry, ofendido porque o secretário de estado Diogo de Mendonça, não lhe ter feito uma primeira visita particular, decide retirar-se de Lisboa.
De imediato o embaixador português em Paris D.Luís da Cunha, fez o mesmo retirando-se para Bruxelas.
As relações entre Portugal e a França ficaram interrompidas durante 14 anos, as missões diplomáticas entre as duas coroas, ficando a França representada em Portugal por um cônsul e Portugal em França por um encarregado de negócios.
Diga-se contudo que as relações económicas e culturais sempre se mantiveram.
Entretanto desde Bruxelas, D.Luís da Cunha sempre esteve negociando com o governo francês para pôr termo a este estado de coisas, o que efectivamente conseguiu, chegando a um acordo com o marquês de Fénelon, ministro francês em Haia.
Assim a princesa D.Maria Bárbara, casaria com o príncipe das Astúrias e D.José casaria com D.Mariana Vitória, ficando assim seladas pelo casamento dos dois príncipes herdeiros, o compromisso de ajuda mútua.
Curiosamente ambas as princesas haviam estado na lista de casamento de Luís XV, a portuguesa fora chumbada porque "não estava em condições de corresponder ao objectivo, por serem frequentes os casos e loucura e de má saúde na família", receando-se que não pudesse vir a ter filhos.
A princesa Mariana Vitória que teria estado "á experiência" na corte francesa, acabaria por ser devolvida a Filipe V, pelo que ficaram então reunidas as condições para o futuro enlace.
Filho de Luís Saldanha da Gama, capitão-general de Mazagão (Marrocos), iniciou a carreira das armas ainda muito jovem, servindo com o pai em Mazagão. Foi, depois, coronel de Infantaria e camarista do infante D. António.
Em 1725, foi nomeado vice-rei da Índia, cargo em que se manteve até 1732, regressando então ao reino. Durante a sua brilhante governação as forças portuguesas obtiveram vários êxitos militares, conseguindo reconquistar Mombaça.
Chefiou ainda a embaixada portuguesa que se deslocou a Pequim, encarregada de saudar o imperador.
(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)
De imediato o embaixador português em Paris D.Luís da Cunha, fez o mesmo retirando-se para Bruxelas.
As relações entre Portugal e a França ficaram interrompidas durante 14 anos, as missões diplomáticas entre as duas coroas, ficando a França representada em Portugal por um cônsul e Portugal em França por um encarregado de negócios.
Diga-se contudo que as relações económicas e culturais sempre se mantiveram.
Entretanto desde Bruxelas, D.Luís da Cunha sempre esteve negociando com o governo francês para pôr termo a este estado de coisas, o que efectivamente conseguiu, chegando a um acordo com o marquês de Fénelon, ministro francês em Haia.
- Maio, 24-Instruções dadas a José da Cunha Brochado para ajustar com Espanha uma liga ofensiva e defensiva.
Assim a princesa D.Maria Bárbara, casaria com o príncipe das Astúrias e D.José casaria com D.Mariana Vitória, ficando assim seladas pelo casamento dos dois príncipes herdeiros, o compromisso de ajuda mútua.
Curiosamente ambas as princesas haviam estado na lista de casamento de Luís XV, a portuguesa fora chumbada porque "não estava em condições de corresponder ao objectivo, por serem frequentes os casos e loucura e de má saúde na família", receando-se que não pudesse vir a ter filhos.
A princesa Mariana Vitória que teria estado "á experiência" na corte francesa, acabaria por ser devolvida a Filipe V, pelo que ficaram então reunidas as condições para o futuro enlace.
- Outubro,28-Nomeação de João Saldanha da Gama como vice-rei da Índia
Filho de Luís Saldanha da Gama, capitão-general de Mazagão (Marrocos), iniciou a carreira das armas ainda muito jovem, servindo com o pai em Mazagão. Foi, depois, coronel de Infantaria e camarista do infante D. António.
Em 1725, foi nomeado vice-rei da Índia, cargo em que se manteve até 1732, regressando então ao reino. Durante a sua brilhante governação as forças portuguesas obtiveram vários êxitos militares, conseguindo reconquistar Mombaça.
Chefiou ainda a embaixada portuguesa que se deslocou a Pequim, encarregada de saudar o imperador.
(via “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004)
- Termina a construção da fachada actual do Mosteiro de Alcobaça, restando do gótico primitivo o portal de arcos ogivais e o aro da rosácea.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Acontecimentos no ano de 1717
- Julho,05-Nasce o infante D.Pedro Clemente 5º filho de D.João V e de D.Maria Ana.
D. Pedro Clemente Francisco José António nasceu em Lisboa e faleceu no Paço da Ajuda, a 25 de Maio de 1786. Foi príncipe do Brasil e, pelo casamento com a sobrinha D. Maria I, veio a ser o rei consorte D. Pedro III.
- Outubro,16-D.Luís Carlos Xavier de Menezes, 5ºconde da Ericeira, toma posse como vice-rei da Índia.
Esta primeira nomeação, seguiu-se à do 1º Conde de Sabugosa entre 1712-1717, que havia reposto de novo o respeito pelo nome de Portugal na zona, que administrações anteriores, tinham deixado cair.
Esta primeira nomeação (haveria de ter outra nomeação em 1740) foi considerada danosa para a Fazenda Nacional em 1733, tendo o tribunal de Relação emitido uma sentença de pagamento de 400$000 réis.
O certo é que a situação na Índia não viria a melhorar nos anos seguintes, nem sob o ponto de vista militar nem financeiro
Esta primeira nomeação (haveria de ter outra nomeação em 1740) foi considerada danosa para a Fazenda Nacional em 1733, tendo o tribunal de Relação emitido uma sentença de pagamento de 400$000 réis.
O certo é que a situação na Índia não viria a melhorar nos anos seguintes, nem sob o ponto de vista militar nem financeiro
- Dezembro-Primeira reunião no palácio do conde da Ericeira, da futura Academia Real da História de Portugal, que para alguns autores e identificado com a fundação da Academia de História.
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